Até por volta das 12h desta quinta-feira (26), 19 suspeitos de integrar a chamada "Máfia dos Táxis Piratas de Niterói" haviam sido presos. Ao todo, a Justiça expediu 24 mandados de prisão e 52 de busca e apreensão na cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro. Por volta das 14h, a Secretaria de Segurança informou que a operação havia sido concluída nesta quinta.
Agentes da Draco/IE (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais, da CGU (Corregedoria-Geral Unificada), Subsecretaria de Inteligência, Polícia Civil e promotores do Ministério Público Estadual deflagraram hoje a Operação Bandeira Preta.
De acordo com as investigações, uma organização criminosa, chefiada por Roberto Carlos Brito da Costa, conhecido como Betinho — chefe da fiscalização da Subsecretaria de Transportes de Niterói — agia no Setor de Transporte Individual da secretaria, responsável pela fiscalização do serviço de táxi. Outro servidor lotado nesse setor, Alexander Soares Shroeder, conhecido como Shrek, também integra o grupo criminoso.
A fraude consistia, inicialmente, em se apropriar de autonomias suspensas pela morte do permissionário. Depois disso, os criminosos passaram a fazer duplicatas de autonomias de táxis, cujos proprietários estão vivos. Com a clonagem da autonomia legítima, a organização criminosa conseguia até cinco veículos para taxistas piratas. Um falso cartão de identificação do motorista era emitido e o veículo pintado. Até o taxímetro era feito por "relojoeiros" da organização criminosa.
Estima-se que atualmente existam 600 táxis piratas circulando em Niterói. Com a fraude, a organização criminosa lucrava cerca de R$ 2,2 milhões por mês.
Segundo as investigações, a morte, em 20 de janeiro de 2010, do então subsecretário de Transportes de Niterói, Adhemar José Melo Reis, foi consequência de seus esforços em combater as irregularidades na falsificação de autonomia de táxis.