Rio surreal: preços disparam em Copacabana com aluguel de barraca e cadeira por até R$ 40
“Isoporzinho” garante economia de famílias precavidas
Rio de Janeiro|Rodrigo Teixeira, do R7

O Ano-Novo ainda não chegou, mas ambulantes e barraqueiros de Copacabana aproveitam a data para dar um presente amargo para turistas e cariocas: preços surreais.
Para fugir dos altos valores cobrados nas areias da orla da zona sul, muitas famílias levam de casa o famoso “isoporzinho”, com lanches, bebidas e água.
O preço do aluguel de cadeiras e barracas de praia também têm assustado os banhistas. O mineiro Gregory Coelho e Bárbara Doro levou quase de tudo de casa.
— Eu quase caí para trás quando a mulher que estava ao meu lado me disse que alugou uma cadeira por R$ 10 e uma barraca por R$ 30. A mulher da barraca ainda me confirmou. Eu paguei na minha cadeira, na loja, R$ 15, e na minha barraca, R$ 29. Aqui as coisas estão um absurdo. Tem comerciante sem noção e estão dizendo que é por causa do Réveillon.
Bárbara trouxe de casa suco, refrigerante e água para enfrentar o calor carioca.
— Trouxe para economizar e aproveitar a festa da virada. Trouxemos nossa bebida, salgadinhos de pacote para o lanche e deu tudo certo.


Outra família adepta da economia foi a de Everaldo Vicente. Morador de Campo Grande, zona oeste do Rio, o despachante deixou para comprar o gelo para a bebida na praia. Pelas suas contas, ele gastaria quase o triplo se optasse por comprar a cerveja em Copacabana.
— Eu gastei em bebida para cinco pessoas R$ 130 no supermercado. Foram três caixas de cerveja latão de 550 ml, seis latas de refrigerante e cinco garrafas de água. Aqui eu só comprei o gelo. Cada latão está R$ 10. Seu eu fosse beber comprando aqui, gastaria quase R$ 400. Aí não dá.
Everaldo que estava acompanhado do amigo Adriano Mendes criticou os preços praticados na véspera de Réveillon em Copacabana.
— Tem gente aqui que quer vender as coisas e ganhar em alguns dias o que levam um mês ou mais para faturar. Não dá. Se você não trouxer de casa as bebidas, fica inviável a vinda de toda a família para a praia.
O baiano Francisco Cruz, que trouxe a família para passar o Ano-Novo no Rio de Janeiro, disse que os preços estavam além de sua programação. Com bom humor, Francisco disse que, desse jeito, não conseguiria se embriagar.
— Olha, tudo muito caro. Minha menina quis um espetinho de camarão, aí foram R$ 10. Não dá para ficar bêbado com o latão a R$ 10. Foi só um brinde meu e da esposa mesmo (risos). Mas está valendo estar aqui... Essa vista, esse mar, essa Copacabana... Tudo é lindo aqui no Rio de Janeiro.

Água com preço salgado
Se você sentir sede e não quiser gastar R$ 8 em um coco gelado (sim! o preço do coco saltou de R$ 4 para R$ 8), é melhor trazer uma garrafinha de casa para não passar sede na praia. Em Copacabana, uma garrafa de 500 ml de água mineral não sai por menos de R$ 4.