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Escola de SP está fechada há sete meses e corre risco de desabar

Prédio de 3 andares da EMEF Profª Marilí Dias, no Morro Doce, está interditado pela Defesa Civil e alunos vão para CEU Anhanguera 

São Paulo|Joyce Ribeiro, do R7

Calhas entupidas e buracos na estrutura surgiram na escola
Calhas entupidas e buracos na estrutura surgiram na escola Calhas entupidas e buracos na estrutura surgiram na escola

A EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professora Marilí Dias, que fica na rua Antônio Conselheiro, 1, na Vila dos Palmares, região do Morro Doce, zona noroeste de São Paulo, está fechada desde julho do ano passado porque foi interditada pela Defesa Civil sob o risco de desabar.

"Choveu muito forte na região. A escola fica no alto de um morro e a terra desce em cima das casas. As calhas deviam estar entupidas com folhas porque a prefeitura cancelou o contrato de limpeza e a água não tinha para onde ir. Comprometeu a estrutura da escola e as colunas de concreto ficaram expostas. Como o prédio tem três andares, poderia desabar", conta uma professora que prefere não se identificar. 

Houve uma mobilização para que as obras começassem, mas, ao longo dos meses, o cenário em nada mudou. Na semana passada, foi liberado o acesso aos professores para que buscassem materiais e objetos pessoais. No entanto, o que mais chamou atenção foi que, com o prédio vazio, a área foi depredada.

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"Vidros foram quebrados e fios foram cortados para venda do cobre. Havia camisinhas pelo chão e pinos de drogas no prédio. A região tem pouco policiamento, o IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] é baixo e os moradores não têm praças e parques para lazer", relata a denunciante.

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A quadra na frente da escola é usada pela comunidade, mas o problema na região é o tráfico de drogas. Desde que o prédio da EMEF foi interditado, a situação parece ter piorado, segundo os moradores. 

A diarista Mércia Augusta Gomes é mãe dos gêmeos Giovani e Gilmar, de 14 anos, que estudam no 9º ano na EMEF. Ela conta que os filhos estudam na unidade desde o 1º ano e elogia o ensino, mas não se sente segura em enviá-los para a sala de aula.

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"A prefeitura fala pra voltar para as escolas, mas como assistir aula numa escola dessas? Não tem profissionais para fazer a limpeza e nem estrutura para colocar os alunos em segurança. Se tiver um acidente? Não vou colocar a vida dos meus filhos em risco", enfatiza a mãe.

Quadra da escola fica na frente da unidade e é usada por moradores da comunidade
Quadra da escola fica na frente da unidade e é usada por moradores da comunidade Quadra da escola fica na frente da unidade e é usada por moradores da comunidade

Problemas

Mércia afirma que a questão da caixa d'água da escola é antiga, mas agora há um problema estrutural. "A escola foi interditada porque o piso estava cedendo. Não tem obra feita nem nada. Meus filhos jogavam bola na quadra da escola no fim de semana, eu acompanhava, mas os professores avisaram que invadiram o local, pegaram equipamentos e eu não concordo com isso na comunidade. Daí falei pros gêmeos que eles não iam mais", revela.

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A EMEF atende cerca de 1.000 alunos de 6 a 14 anos nos turnos da manhã e tarde. Por causa da pandemia do novo coronavírus, os estudantes estavam em ensino remoto. Mas as aulas foram retomadas na rede municipal, com ocupação de 35% das unidades, na segunda-feira (15) atendendo os protocolos sanitários. Mas no Marilí Dias, o retorno só deve acontecer na próxima segunda-feira (22).

Os alunos vão estudar em oito salas do CEU Anhanguera, que foram cedidas aos estudantes da EMEF enquanto o prédio é reformado.

"O CEU é muito longe, eu sou do grupo de risco para a covid-19, então meus filhos não vão. Mas é ruim também porque os professores mandam as lições e não tem como tirar dúvidas. Tem coisa que nem eu sei e fica difícil ensinar pra eles. Daí a gente pergunta pro Google", ressalta Mércia Gomes.

O outro lado

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que as obras de manutenção na EMEF Marilí Dias foram iniciadas nesta quarta-feira (17) com valor estimado de mais de R$ 280 mil. Mas não informou a previsão do término dos reparos. 

"A escola segue interditada e, por normas de segurança, não é permitido nenhum funcionário no local. A Guarda Civil Metropolitana realiza rondas na escola periodicamente", escreveu.

A secretaria ressaltou que 35% dos estudantes, a capacidade máxima permitida em salas de aula, serão acomodados no CEU Parque Anhanguera até o término das obras. Os outros alunos continuam no modo online de ensino.

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