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Ex-PM suspeito de cometer chacina no Pavilhão Nove vai a juri popular

Oito testemunhas devem ser ouvidas no julgamento. Justiça considerou não haver indícios suficientes para levar outro réu no caso ao Tribunal do Júri

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

Sede da Pavilhão Nove onde ocorreu a chacina que deixou oito mortos em SP
Sede da Pavilhão Nove onde ocorreu a chacina que deixou oito mortos em SP Sede da Pavilhão Nove onde ocorreu a chacina que deixou oito mortos em SP

O ex-policial militar Rodney Dias dos Santos, suspeito de ter cometido uma chacina que deixou oito mortos, na sede da torcida organizada do Corinthians, Pavilhão Nove, irá a júri popular nesta quarta-feira (23), às 10h, no Fórum Criminal Ministro Mário Guimarães, na Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. O crime ocorreu em 18 de abril de 2015. 

O júri será presidido pela juíza Giovanna Christina Colares, da 5ª Vara do Júri de São Paulo. A princípio, serão ouvidas oito testemunhas. O outro réu no caso, o soldado da Polícia Militar Walter Pereira da Silva, foi impronunciado pela Justiça em dezembro de 2017. 

Leia mais: Ex-PM e PM acusados de chacina na sede da Pavilhão Nove vão a júri

Isso significa dizer que ele não será julgado uma vez que a juíza entendeu não haver indícios de que ele tenha participado da chacina. Segundo a sentença de pronúncia, ele não irá a júri popular. Não é possível dizer se o policial é inocente ou não. O documento apenas informa que ele não passará por julgamento. 

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De acordo com o Código de Processo Penal, a impronúncia é uma decisão tomada pelo juiz quando ele considera que não há provas sobre a materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação do réu para levá-lo a julgamento no Tribunal do Júri.

O R7 entrou em contato com as defesas de Rodney Dias dos Santos e Walter Pereira da Silva para comentar o julgamento, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem. 

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Entenda o caso

O ex-PM e o PM são suspeitos de terem cometido uma chacina, que terminou com oito mortos, na sede da torcida organizada corintiana Pavilhão Nove. De acordo com o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), no dia 18 de abril de 2015, Rodney e Walter, acompanhados de um outro homem não identificado, foram até a sede da Pavilhão Nove, na Ponte dos Remédios (zona oeste de São Paulo), e renderam todos que estavam no local. A sede recebia mais pessoas do que o habitual porque horas antes havia ocorrido um campeonato de futebol entre integrantes da torcida.

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Quando os suspeitos chegaram no local, tentaram render todos os presentes. No entanto, alguns tocedores teriam conseguido fugir. Oito continuaram dentro da sede. Eles tiveram que deitar no chão e colocar as mãos na cabeça. O trio, então, teria matado todos.

Segundo as investigações, o crime teria ocorrido porque o ex-policial militar teria um desafeto com uma das vítimas, conhecida como Dumemo, em função de uma suposta disputa pelo tráfico de drogas na região do Ceasa (zona oeste de São Paulo) e pela liderança da Pavilhão Nove. Os outros sete teriam sido mortos para que não houvesse testemunhas do crime.

A juíza Giovanna Christina Colares, da 5ª Vara do Júri de São Paulo, havia intimado dez testemunhas para prestar depoimento perante os jurados, sendo eles: cinco de acusação, três de defesa (que são protegidas), além de outras duas pessoas que foram indicadas pela defesa e acusação.

PM não reconhecido

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Em 5 de maio de 2015, Rodney e Walter tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça de São Paulo. A prisão foi convertida em preventiva um mês depois, em 3 de junho. No dia 4 de dezembro do mesmo ano, no entanto, Walter teve a prisão revogada e substituída por medidas cautelares.

Leia mais: Imagens de um auto posto ajudam a polícia na investigação da chacina do Pavilhão 9

O MP-SP concordou com o pedido da defesa de revogar da prisão do policial militar, porque nenhuma testemunha reconheceu Walter como sendo um dos integrantes do grupo que atirou nos oito integrantes da Pavilhão Nove, além de não ter nenhuma evidência que os dois acusados tinham relação de amizade. Os membros da torcida corintiana, ouvidos no processo, disseram não conhecer o PM.

À época, Rodney também negou qualquer envolvimento no crime. De acordo com o ex-policial militar, no dia e horário do crime ele estava em sua casa. O ex-PM afirma que “não deveria estar colocado com réu, e sim como mais uma vítima, uma vítima do nosso país que é preconceituoso”.

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