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Moradores de clube no ABC são trancados do lado de fora pela GCM

Cerca de 15 pessoas dormem no chão por não conseguirem entrar. Prefeitura diz que local só abriga quatro pessoas de grupo original

São Paulo|Laura Augusta*, da Agência Record

Clube Fundação, em São Caetano do Sul (SP)
Clube Fundação, em São Caetano do Sul (SP) Clube Fundação, em São Caetano do Sul (SP)

Um grupo de crianças e trabalhadores teve de passar a noite na rua na madrugada desta quinta-feira (5) após a GCM (Guarda Civil Metropolitana) trancar a entrada de um clube municipal em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, ocupado por cerca de 130 famílias.

Um dos ocupantes do local afirmou à Agência Record que, na manhã de quarta-feira (4), um funcionário foi instruído por superiores a colocar um cadeado nas entradas para impedir que entrassem ou saíssem do local. Cerca de 15 pessoas quem haviam deixado o Clube Fundação para ir à escola ou para trabalhar, foram surpreendidas ao descobrir que teriam de dormir no chão.

Ainda segundo o ocupante, nesta tarde, três equipes da GCM permanecem em frente ao clube para garantir que ninguém consiga entrar. Os moradores temem ter que passar mais uma noite ao relento.

As famílias afirmam que têm o aval da Justiça para ocuparem o clube até que a prefeitura disponibilize moradias fixas.

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Em nota, a prefeitura de São Caetano do Sul afirma que apenas quatro das 60 pessoas que ocuparam o local em junho permaneciam ali abrigadas. "As demais deixaram o espaço por livre e espontânea vontade, não retornando sequer para dormir", diz o texto. A gestão municipal afirma ainda que, pelo baixo número de ocupantes, acionou a Justiça para extinção do processo de reintegração de posse e que posicionou a GCM na entrada para preservar o patrimônio público.

A prefeitura também disse que, na noite de quarta, uma equipe do SOS Cidadão 156 esteve no local para encaminhar quem permanecia em frente ao clube ao abrigo municipal. A ajuda, no entanto, foi recusada.

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Segundo a nota, além do abrigo montado no clube, com camas, colchões e cobertores, a prefeitura distribuiu cestas básicas aos ex-moradores do Edifício Di Thiene e afirma que um movimento político partidário incentivou a invasão em junho e convocou pessoas sem ligação com o grupo para comparecerem ao local.

Sem moradia

O grupo vive a realidade de reintegração de posse desde 2019, quando foi despejado do Edifício Di Thiene, por conta da demolição do local.

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No início de junho, a GCM atuou na reintegração de posse das famílias, que em seguida ocuparam o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), no bairro Fundação. Em protesto contra a retirada das famílias, uma menina de 13 anos teve de ser hospitalizada após ser atingida pela GCM.

Após serem retirados do CRAS, os moradores ocuparam o São Caetano Esporte Clube, na Rua Ceará, onde deste ontem, parte deles não consegue entrar.

*Estagiária sob supervisão de Letícia Dauer

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