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O dia em que Kobe Bryant parou uma academia em São Paulo

Em 2013, lenda da NBA veio ao Brasil para eventos de seu patrocinador; entre uma apresentação e outra, no entanto, precisou de um lugar para treinar

São Paulo|Marcos Rogério Lopes, do R7

Astro da NBA esteve em São Paulo em junho de 2013
Astro da NBA esteve em São Paulo em junho de 2013 Astro da NBA esteve em São Paulo em junho de 2013

Era mais uma sexta-feira comum de trabalho para os instrutores da academia Competition, na zona oeste de São Paulo. Mesmo o aviso de que logo chegaria "alguém" famoso, "que queria sossego para treinar", não fugia tanto do padrão de um local acostumado a receber celebridades do país e do mundo.

Mas quando Kobe Bryant entrou pela porta...

Era 21 de junho de 2013, Kobe estava no Brasil para eventos de um de seus patrocinadores e tinha marcado para o mesmo dia uma clínica de basquete no ginásio do Ibirapuera, zona sul da capital paulista. Como o evento seria só às 16h30, precisava treinar mais cedo – atleta de alto nível é isso.

A Competition não sabe dizer como o norte-americano foi parar na unidade da rua Oscar Freire. Talvez por indicação de um frequentador recorrente: Leandrinho, brasileiro que também estava na NBA e hoje joga no Minas.

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O grupo com vários seguranças mal foi notado, mas logo começou o alvoroço. Um dos instrutores, fanático por basquete e que estava no segundo andar do prédio, achou que fosse algum jogador de futebol até perceber que ele era alto demais para o esporte com os pés.

Suellen registrou a visita ilustre
Suellen registrou a visita ilustre Suellen registrou a visita ilustre

De repente, o astro do Los Angeles Lakers de quase dois metros estava "aprisionado" entre os fãs. Quem esperava uma estrela mal-humorada, afinal buscava tranquilidade e não conseguia, logo se surpreendeu com o sorriso aberto e os cumprimentos a todos os funcionários. 

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Parecia em casa, pediu água, elogiou o prédio e perguntou a outro instrutor se ele era o único negro dando aula ali. Ouviu como resposta que não, havia outros na academia. 

Kobe sorriu e foi tentar treinar. Em vão.

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Isolado em uma das salas do estabelecimento, parou algumas vezes para tirar fotos e logo se deu por satisfeito. Foi embora. Se não fossem os registros individuais, a história pareceria mentira quando fosse contada. A funcionária Suellen Sampaio ficou com essa foto ao lado. 

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"Não foi planejado, ele apareceu para treinar de repente. Ficou pouco tempo, mas foi o suficiente para que os alunos e funcionários ficassem em êxtase. Fomos pegos tão de surpresa que não tivemos tempo nem para fazer registro institucional", conta o coordenador de Esportes da Competition, Carlos Couto.

A viagem pelo Brasil serviu também para Kobe mostrar sua paixão pelo futebol. Um dia depois de parar a academia paulistana, ele assistiu ao jogo Brasil 4 x 2 Itália, pela Copa das Confederações, em Salvador. 

Kobe morreu no domingo (26), após um acidente de helicóptero na Califórnia.

A lenda da NBA, um dos maiores atletas da história do basquete, usou o peso de seu nome para marcar posição sobre temas importantes. Quando ocorreu o escândalo racista relacionado ao dono do Los Angeles Clippers, em 2014, Kobe afirmou que tinha vergonha de dividir espaço com uma pessoa como aquela.

No início deste ano, pouco antes de sua morte, comentou que a escola e a informação são as únicas saídas para evitar episódios de discriminação contra os negros, como os ocorridos no futebol italiano. "O racismo é parte da nossa cultura há muito tempo. Apesar de termos atravessado um longo caminho, ainda há muito para fazer. Acredito que a educação é sempre o mais importante."

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