A Polícia Civil incluiu o advogado Alexandre Menezes, de 40 anos, na lista de desaparecidos após o desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo.
A mãe e a irmã de Alexandre compareceram ao 3º DP (Campos Elíseos) para informar à Polícia sobre o desaparecimento do familiar na tarde da segunda-feira (14). Segundo a Polícia, ele vivia no 10º andar do edifício que foi tomado por um incêndio na noite do dia 1º de maio.
De acordo com depoimentos de familiares, ele costumava visitar a avó de 80 anos todos os domingos e há dois fins de semana os parentes sentiram a ausência do advogado. Com isso, a mãe e a irmã procuraram a delegacia para fazer o registro do desaparecimento.
No domingo (13), o Corpo de Bombeiros decidiu encerrar as buscas por corpos de vítimas do desabamento. O anúncio foi feito pelo governador de São Paulo, Márcio França, que esteve no local.
A Polícia confirmou ainda que a mãe e a irmã foram submetidas à coleta de material genético para serem confrontados com os materiais genéticos de restos mortais recolhidos dos escombros e encaminhados ao Instituto de Criminalística (IC).
Outras vítimas
Além de Alexandre Menezes, mais quatro estão desaparecidos na tragédia. São eles: Selma Almeida da Silva, 40 (mãe dos gêmeos identificados), Eva Barbosa Lima, 42, Walmir Sousa Santos, 47, Gentil de Souza Rocha, 53.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou por meio de nota que, segundo o Núcleo de Biologia e Bioquímica do IC, apresentaram vínculo genético com o material fornecido pelas famílias, os gêmeos Wendel e Werner da Silva Saldanha, de 10 anos, e Francisco Lemos Dantas, de 56 anos. Além deles, já foi identificado Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, de 39 anos.
Em relação ao desaparecimento de Valmir Sousa Santos, o Instituto de Criminalística solicitou apoio do IC de Brasília para coleta de material genético de parentes que moram no município para confronto genético. A Polícia Técnico-Científica trabalha ainda no processo de identificação dos demais restos mortais encontrados nos escombros.
Vistorias
Em relação aos cinco edifícios interditados no entorno, dois deles, segundo a Prefeitura, são residenciais. Nos dois edifícios foi autorizada a entrada de engenheiros para a realização das vistorias técnicas.
O principal motivo que provocou a interdição dos edifícios foi o risco detectado na linha de energia que abastece o prédio, a mesma que fornecia energia elétrica ao edifício Wilton Paes de Almeida.
O secretário da Defesa Civil José Roberto afirmou que até segunda-feira foram realizadas quatro visitas técnicas para a elaboração do relatório de qualificação de segurança de cada edificação ocupada em São Paulo. Segundo ele, na própria segunda as vistorias começaram.
"Serão realizadas três por dia com o objetivo de mitigar riscos. As visitas serão realizadas por equipes da habitação, defesa civil, fotógrafos e representantes de movimentos de moradia."