A ABADS (Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social), antes conhecida como Sociedade Pestalozzi, foi homenageada pelos seus 65 anos com uma sessão solene na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), na manhã desta sexta-feira (24). Na condecoração, houve apresentações de teatro e dança dos alunos da associação e do cantor Valdeci Aguiar.
A ABADS é uma instituição filantrópica que atende cerca de 850 crianças, adolescentes e jovens com deficiência intelectual nas áreas de educação, saúde, assistência social e na inserção ao mercado de trabalho. Boa parte das despesas vem de doações.
De acordo com a presidente da ABADS, Rose Amorim, o atendimento no local permite que esses alunos adquiram independência.
— A ABADS acolhe não só as crianças e jovens, mas também suas famílias, orientando sobre direitos, por exemplo. Aqui nós damos condições para o desenvolvimento psicomotor, da parte cognitiva, e ajudamos jovens a entrarem no mercado de trabalho. O objetivo principal é promover a autonomia e a independência.
A ideia de prestigiar a associação foi do deputado estadual Milton Vieira (PRB-SP), que presidiu a sessão. Para ele, a iniciativa pode ajudar a chamar a atenção da sociedade para a questão de crianças com deficiência intelectual.
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— Essa sessão solene é uma das mais especiais que já fizemos aqui porque se trata de vida, de superação. São crianças e famílias que vivem momentos que a sociedade não entende, porque a deficiência intelectual, o autismo e a síndrome de Down geram uma série de fatores dentro de casa. Então é importante eventos como esse para reunir esforços e mostrar que o poder público pode fazer mais e para que a sociedade conheça melhor o dia a dia dessas pessoas.
O deputado revelou ter conhecido a associação em 1993. Também estavam presentes na sessão a ex-modelo Andressa Urach, que é madrinha e voluntária na ABADS.
— É um privilégio e uma honra para mim ser voluntária da ABADS e conhecer esse trabalho lindo, que apoia as mães e os pais. Quando uma mãe vai até a ABADS, ela chega completamente perdida e com pedido de socorro. Eu até me emociono com isso porque, como mãe, sei que se pudesse a gente trocaria de lugar com os nossos filhos.
De acordo com José Antonio, pai de um aluno com deficiência intelectual atendido pela ABADS, é importante que essas instituições sejam apoiadas.
— A ABADS é como se uma segunda casa para nós, pois passamos o nosso dia a dia convivendo com profissionais e com outras pessoas que passam pelas mesmas situações. Necessitamos de pessoas engajadas que lutem por nós porque não temos como lutar sozinhos. O Arthur [seu filho] evoluiu muito lá e hoje consegue fazer coisas simples, como escovar os dentes e ir ao banheiro sozinho. Eu aprendo muito com ele e aprendo a lidar com ele.
Apesar do número grande de crianças atendidas no local, há fila de espera por uma vaga. Ainda segundo Rose, mais apoio possibilitaria aumentar a rede de atendimento.
— É uma pedra no nosso sapato. Hoje, pelo menos 700 crianças batem à nossa porta, e isso é um problema não só do poder público, mas de todos nós. Não há nada mais nobre do que investir no outro.