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Após 17 casos confirmados de sarampo, Brasil faz 'Dia D' de vacinação neste sábado (30)

Doença estava praticamente erradicada do país. Há ocorrências em São Paulo, Amapá e Roraima e investigação em outros três estados

Saúde|

Após 17 casos confirmados de sarampo, Brasil faz hoje 'Dia D' de vacinação
Após 17 casos confirmados de sarampo, Brasil faz hoje 'Dia D' de vacinação Após 17 casos confirmados de sarampo, Brasil faz hoje 'Dia D' de vacinação

Com 17 casos confirmados em três estados, o Ministério da Saúde realiza neste sábado (30) o "Dia D" de vacinação contra o sarampo. Serão aplicadas também vacinas contra a gripe e contra outras doenças, para ampliar a cobertura vacinal, que tem caído nos últimos anos. O sarampo preocupa porque era uma doença que estava praticamente erradicada do país e, desde 2018, voltou e se espalhou por vários estados. Neste ano, já há casos confirmados em São Paulo, Amapá e Roraima. Em outros três estados – Bahia, Piauí e Ceará –, casos suspeitos são investigados.

A campanha nacional foi dividida em duas fases. Na primeira, que termina neste sábado, o foco foram pessoas acima de 60 anos e trabalhadores de saúde. A segunda, que se inicia na terça-feira (3) e vai até 3 de junho, abrange crianças de 6 meses a 5 anos incompletos e outros grupos prioritários, como gestantes, puérperas, povos indígenas, professores e pessoas com comorbidade. Entre as crianças, a meta é vacinar 95% do público-alvo, de 12,6 milhões.

Conforme o Ministério da Saúde, o objetivo é prevenir complicações decorrentes das doenças e evitar óbitos e possível pressão sobre o sistema de saúde. A meta é vacinar 12,2 milhões de crianças, 95% do público-alvo, de 12,9 milhões. No Brasil, entre 2018 e 2021, foram confirmados 39.342 casos de sarampo, com 40 mortes provocadas pela doença. O plano é reforçar a vacinação para, zerando os casos, recuperar o status de país livre de sarampo.

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No estado de São Paulo, foram confirmados dois casos de sarampo neste ano, um na capital e outro em São Vicente, na Baixada Santista. Há ainda 45 casos em investigação, sendo 31 apenas na capital paulista, segundo a prefeitura. No ano passado, o estado registrou 9 casos, sem óbito, mas em 2020 foram 853 casos e 1 morte. A doença ressurgiu no estado em 2018, com 5 casos, e teve o pico no ano seguinte, com 17.976 casos e 18 mortes.

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Conforme a Secretaria Estadual de Saúde, nos últimos anos, a cobertura vacinal para crianças com até 12 meses, período recomendado para o fechamento do ciclo, ficou abaixo da meta de 95%. Em 2019 foi de 91,5%, em 2020 caiu para 85%, e no ano passado, para 67% – a queda é atribuída à pandemia de Covid-19. Além de ser altamente transmissível, o sarampo pode evoluir para casos graves e ocasionar complicações sérias, como pneumonia, encefalite e óbito.

Multivacinação

Na capital paulista, este sábado será dia de multivacinação, com foco em crianças e adolescentes menores de 15 anos, segundo a prefeitura. Serão oferecidos 16 tipos de vacina que protegem contra cerca de 20 doenças, incluindo a vacina tríplice viral, contra sarampo, caxumba e rubéola. “Quem está com as vacinas desatualizadas coloca em risco a própria saúde e a de outras pessoas. Manter a carteira de vacinação em dia é importante não só para crianças e adolescentes, como para toda a sociedade, já que evita a disseminação de doenças e internações", disse o secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Zamarco.

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São Paulo abre todas as UBSs (unidades básicas de saúde) das 8h às 17h e as AMAs (assistências médicas ambulatoriais)/UBS Integradas das 7h às 19h. A vacina contra a Covid-19 também estará disponível nas unidades, embora não se recomende a aplicação simultânea dessa vacina e da vacina do sarampo em crianças entre 5 e 11 anos. Desde 4 de abril, o município aplicou 59.442 doses da vacina contra o sarampo.

O estado do Amapá lidera o ranking de sarampo no país neste ano. Já são 14 casos positivos e 33 suspeitos, segundo a Secretaria da Saúde. Em Macapá, 10 pessoas pegaram a doença. Os outros casos são dos municípios de Mazagão e Santana, que têm 2 cada um. “Estamos oferecendo a vacina tríplice viral em todos os postos, pois temos necessidade de avançar na cobertura vacinal e proteger principalmente as crianças", disse a coordenadora da Unidade de Imunobiológicos do estado, Angélica Oliveira.

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Na quinta-feira (28), a Secretaria Estadual de Saúde de Roraima confirmou um caso positivo de sarampo em um bebê de 1 ano e 1 mês de idade. A pasta emitiu alerta para que os municípios do estado reforcem as ações contra a doença. Segundo a coordenadora de Vigilância em Saúde, Valdirene Oliveira, a notificação do caso foi feita em 25 de março e agora saíram os resultados dos exames. A família do paciente não possui histórico de viagem para fora do estado.

Suspeitos

Casos suspeitos de sarampo estão sendo investigados não apenas em São Paulo, mas também em estados que ainda não registraram a doença neste ano. No Ceará, até 27 de abril, foram notificados 23 casos suspeitos, sendo 16 descartados e 7 em investigação. Por causa das suspeitas, a campanha de vacinação das crianças, que deveria começar no dia 2 de maio, foi antecipada para o último dia 20.

A Bahia notificou 36 casos suspeitos neste ano, mas, desses, 21 já foram descartados. Os outros 15 estão em investigação. No ano passado, o estado não registrou casos positivos de sarampo. No Piauí, a Secretaria da Saúde monitora 2 casos suspeitos, entre eles o de uma criança de 2 anos. O estado tem cobertura vacinal de 70%, mas na capital, Teresina, o índice é de 40%.

Em outros estados, a preocupação é com a baixa adesão à vacinação. Em Santa Catarina, o grupo de trabalhadores da saúde tinha vacinado, até quinta-feira, apenas 30% do público-alvo. Em Minas Gerais, a vacinação de crianças, iniciada no dia 4 de abril, atingia apenas 14% das crianças previstas. Já entre os trabalhadores da saúde, o índice estava em 24%.

A adesão às vacinas vem caindo nos últimos dez anos no país. Embora o índice ideal de imunização seja acima de 90%, as taxas gerais têm ficado abaixo desse valor desde 2012, chegando a 50,4% em 2016, segundo o Datasus, sistema de dados do Ministério da Saúde. Em 2021, a porcentagem foi de 60,7%.

De acordo com o médico Gustavo Furtado, infectologista do HCor, as vacinas continuam sendo a melhor maneira de prevenir as doenças virais, como o sarampo, que podem deixar sequelas e até causar mortes. “O Programa Nacional de Imunização foi um grande avanço no controle das endemias no Brasil, e não podemos retroceder. É muito importante que as pessoas sigam o calendário de vacinação. Recentemente, vimos o impacto da vacina no controle da pandemia", disse o médico.

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