O Brasil e outros países lusófonos (que compartilham a língua e cultura portuguesas) instalaram nesta semana, no Rio de Janeiro, a Coordenação Técnica da Rede de Bancos de Leite Humano da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
O órgão funcionará na Secretaria Executiva da Rede Brasileira de Leite Humano, na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Com a maior rede de bancos de leite humano do mundo, o Brasil deve intensificar a exportação de seu modelo de política pública para outros países lusófonos, como Angola e Moçambique.
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A cooperação entre o Brasil e esses países começou com Cabo Verde em 2008.
O modelo brasileiro também é referência para Portugal, conta o coordenador da Rede Global de Bancos de Leite Humano, João Aprígio Guerra de Almeida.
“O Brasil tem uma trajetória de 34 anos. E apesar de a gente falar de Brasil, a nossa heterogeneidade é muito grande. E se é grande hoje, era maior ainda naquela época”, afirma.
Almeida ressalta que a rede brasileira foi pensada para atender a realidades diferentes e utiliza tecnologias de baixo custo.
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Com a rede de bancos de leite, o país vai dar assessoria técnica em questões como treinamento, escolha de equipamentos, execução de projetos e identificação das unidades de saúde ideais para as atividades.
“Tudo em uma perspectiva de desenvolver competências locais e permitir que esses países tenham autonomia”, destaca Almeida. Ele explica que a cooperação não inclui o compartilhamento do leite propriamente dito.
Brasil já auxilia Cabo Frio, Angola e Moçambique
Antes da rede, o Brasil já auxiliava Cabo Verde, Angola e Moçambique de forma bilateral.
“Considerando os resultados extremamente positivos da ação em Cabo Verde ao longo dos primeiros anos, considerou-se importante buscar um fórum de articulação conjunta, multilateral, para desenvolver essa iniciativa”, afirma.
“É um processo muito rico, porque a gente consegue discutir com todos ao mesmo tempo os alcances e os limites. Isso amplia os horizontes e a cooperação brasileira no continente africano”.
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Bancos de leite humano são casas de apoio à amamentação, onde mulheres recebem suporte para superar obstáculos que possam estar impedindo a amamentação.
Caso isso não seja possível, pode-se obter leite para bebês sem mãe ou cujas mães não conseguem produzir leite.
No Brasil%2C há 232 bancos de leite humano em funcionamento.
São Paulo é considerada a cidade do mundo com o maior número de unidades por metro quadrado, e Brasília é a única que pode ser considerada autossuficiente em leite humano.