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Brasilândia é o bairro com mais ataques de escorpião em São Paulo

A média é de quase um ataque por mês nos últimos 5 anos; ataque vem crescendo no país, assim como a população desse aracnídeo 

Saúde|Gabriela Lisbôa, do R7

Escorpiões são resistentes e não morrem com inseticida
Escorpiões são resistentes e não morrem com inseticida Escorpiões são resistentes e não morrem com inseticida

A Brasilândia, na zona Norte, é o bairro de São Paulo com o maior número de casos de ataque de escorpião nos últimos cinco anos. Foram 44 registros, o que representa uma média de 0.6 por mês.

Ao todo, na capital pauslita, foram 731 ataques no período, sendo registrada apenas uma morte, em 2015. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde.

Outros bairros da capital que registram alto número de acidentes com escorpião são Jaraguá, na zona Norte, com 38 casos; Rio Pequeno, na zona Oeste, com 32 casos; Pirituba, zona Norte, com 31 casos e Perus, também na zona Norte, com 29 casos registrados.

Esse aumento no número de casos não ocorre só na capital paulista. O número de acidentes com escorpiões no Brasil está subindo há pelo menos dez anos. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2007 foram registrados 37.370 casos. O número segue uma alta constante até chegar em 2017, com 125.694 registros.

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A alta no número de óbitos oscila neste mesmo período, mas em 2016 foram registrados 11 casos a mais do que em 2007.

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No Estado de São Paulo, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, neste ano já foram registrados 11.500 casos de ataque de escorpião. No ano passado foram 21.700 casos ao todo. Número maior do que o registrado em 2015: 15.107.

A secretaria não divulga o número de mortes. Mas, desde janeiro, a imprensa noticiou pelo menos cinco casos de ataques que levaram a óbito nos municípios de Cabrália Paulista, Barra Bonita, Araçatuba, Pasquale e Ribeirão Preto.

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Entre as vítimas, um adulto e quatro crianças. A mais recente foi a menina Yasmin Lemos Campos, de 4 anos, picada enquanto brincava no quintal de casa, na última terça-feira (10).

Escorpiões são treinados para sobreviver

Não é à toa que o número de ataques está aumentando. De acordo com o biólogo Evanguedes Kalapothakis, do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução da UFMG, a população de escorpiões também está aumentando. E isso é culpa do próprio ser humano, que produz cada vez mais lixo.

"O escorpião gosta de insetos, principalmente barata. Onde tem lixo, tem barata, portanto, tem escorpião", afirma.

Ele explica que esta é uma espécie extremamente resistente, que existe há 400 milhões de anos, portanto, está treinada para sobreviver.

"O escorpião é um animal extremamente adaptado à relação matar x sobreviver. Ele é capaz de ficar 400 dias sem comida, desde que esteja em um local com um mínimo de umidade", explica.

De acordo com o especialista, o escorpião é um aracnídeo difícil de ser exterminado. "Ele estáa sempre escondido, por isso o inseticida não chega e, quando chega, não mata porque o escorpião é capaz de ficar parado, esperando o efeito do veneno passar".

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Sobre os locais que os escorpiões costumam usar para se esconder, o especialista explica que ele prefere lugares úmidos como tubulações de esgoto, tubulações telefônicas, fosso de elevador, lugares com lixo e entulhos, como madeiras e papelão: "são locais onde ele vai facilmente encontrar alimento".

Uma opção é criar predadores

Kalapothakis explica que para diminuir o número de escorpiões, a saída é aumentar a população de predadores naturais, que são aves e lagartixas.

"Muitas pessoas não gostam quando aparece uma lagartixa dentro de casa, mas isso é uma coisa boa. A lagartixa é um predador natural não só do escorpião, mas também do mosquito da dengue e de vários tipos de aranha", diz o biólogo.

A galinha também se alimenta de escorpiões, mas ele explica que galinha e escorpiões têm hábitos diferentes. "A galinha é um animal diurno, enquanto o escorpião é noturno. Dificilmente eles vão se encontrar. Mas, se isso acontecer, certamente a galinha vai matar o escorpião", destaca.

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