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Calor, açúcar e sabonete íntimo aumentam chance de candidíase

Fungo que provoca a doença se manifesta em altas temperaturas; açúcar e sabonete íntimo alteram o Ph vaginal, favorecendo a candidíase

Saúde|Giovanna Borielo, do R7*

Trocar o biquíni molhado é uma das medidas de prevenção contra a doença
Trocar o biquíni molhado é uma das medidas de prevenção contra a doença Trocar o biquíni molhado é uma das medidas de prevenção contra a doença

A candidíase é mais comum no verão, de acordo com o ginecologista Eduardo Cordioli, da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (Sogesp).

Ele explica que a infecção pelo fungo candida, originário do próprio corpo humano, sendo presente no intestino, ocorre quando há uma queda da imunidade, favorecida pelo calor e umidade.

"A candidíase se manifesta pelo calor, então dificilmente uma mulher que mora no Alasca terá essa infecção. Já mulheres que vivem em cidades litorâneas têm as chances aumentadas, tanto pelo calor, como pela umidade do ambiente", afirma Cordioli.

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O ginecologista afirma que, geralmente, a candidíase se manifesta em orifícios quentes e escuros, como a boca e vagina, ou no meio dos dedos. Com a imunidade baixa, esse fungo se prolifera e, assim, aparece em tais locais do corpo.

Entre os sintomas da candidíase vaginal, estão a coceira, ardor ao urinar e um corrimento branco espesso, parecendo queijo coalhado e sem cheiro. O médico afirma que o autodiagnóstico é difícil, e os sinais podem ser confundidos com outros problemas, como uma vaginose bacteriana, clamídia ou gonorreia, sendo sempre recomendada a avaliação de um ginecologista. 

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Nos homens, a infecção também é possível, mas rara. "Por ter o órgão mais exposto, o órgão não carrega a candida, mas, em relações sexuais deprotegidas, ele pode contraí-la", afirma. Nesses casos, a infecção faz com que os afetados sintam coceira na região da virilha e nos sacos escrotais.

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Cordioli afirma que em 99,9% dos casos a candidíase não é contraída por meio do contato sexual. "Na maioria das vezes, a infecção aparece porque os hábitos propiciaram seu aparecimento", explica. 

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Por terem a imunidade mais baixa, pessoas portadoras de HIV, doentes crônicos, idosos, crianças pequenas e pacientes que fazem tratamentos quimioterápicos teriam um risco aumentado de desenvolver a infecção, necessitabndo de maior atenção e cuidados, segundo o médico.

Além do calor e da humidade, o uso de roupas apertadas, calcinhas de lycra (elastano) ou náilon, uso prolongado de roupas molhadas, como o biquíni, e dietas ricas em açúcares de rápida absorção, que aumentam a proliferação do fungo, tornam as chances do aparecimento da candidíase maiores.

Ele afirma ainda o uso de absorventes internos, coletor menstrual e calcinhas absorventes, por tamparem o orifício e deixarem o órgão exposto à umidade por muito tempo, aumentam as chances do aparecimento da candida.

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O médico explica que, durante o período menstrual, por haver uma mudança no pH vaginal, que se torna mais ácido, os sintomas se afloram e favorecem o aparecimento da candida. O uso de sabonentes íntimos, por também alterar o pH vaginal, piora a candidíase. 

Por ser um fungo natural do próprio corpo, a infecção pode acontecer mais de uma vez. O ginecologista afirma que, quando muito recorrente, aparecendo mais de uma vez por ano, a mulher deve passar por um especialista para receber um tratamento especializado, podendo ser prescrito um creme antifúngico ou tratamento por via oral, precisando tomar um comprimido uma vez por mês durante seis meses. Além disso, ela deve mudar os hábitos. 

Durante o tratamento, é importante também que a mulher não faça ingestão de bebidas alcoólicas e não tenha relações sexuais.

Cordioli afirma que, quando os sintomas ultrapassam cinco dias e geram grande incômodo, é recomendado que a paciente procure um médico para receber a avaliação, diagnóstico e tratamento adequados. O médico ressalta que é importante que a mulher não se automedique, pois pode usar medicamentos não eficazes para o problema ou medicamentos errados.

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Embora a candidíase também possa ser transmitida pela água das piscinas, o médico afirma que, se a mulher se secar bem, aquele contato com o fungo não evolui para uma infecção. Ele explica que a doença pode ser transmitida por meio de tolhas mal lavadas.

Entre as dicas que o médico dá para evitar o aparecimento do problema estão usar roupas leves e frescas, trocar a calcinha duas vezes por dia, de maneira a evitar o contato constante com a umidade provocada pelo suor, levar dois biquínis para a praia, para também evitar ficar com o biquíni molhado o tempo inteiro, e ter uma dieta pobre em açúcares.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini

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