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Casos de varíola do macaco poderiam ser a 'ponta do iceberg', diz OMS

Representante da entidade disse saber que haverá mais casos nos próximos dias, mas que isso não é motivo para pânico

Saúde|

Organização Mundial da Saúde acompanha de perto surto de varíola do macaco
Organização Mundial da Saúde acompanha de perto surto de varíola do macaco Organização Mundial da Saúde acompanha de perto surto de varíola do macaco

Os mais de 200 casos de varíola do macaco registrados nas últimas semanas fora dos países onde a doença costuma circular poderiam ser a "ponta do iceberg", advertiu nesta sexta-feira (27) a OMS (Organização Mundial da Saúde), que, no entanto, afirmou que não há motivo para pânico.

"Não sabemos se estamos vendo apenas a ponta do iceberg", reconheceu Sylvie Briand, chefe de preparação e prevenção de epidemias e pandemias da OMS, durante uma sessão informativa.

Os especialistas tentam agora determinar as causas dessa "situação incomum", acrescentou.

As investigações preliminares não parecem sugerir que o vírus tenha sofrido algumas mutações, e Sylvie acredita que é possível deter sua propagação.

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"Temos uma boa oportunidade para deter a transmissão agora", disse. "Se implementarmos as medidas adequadas, provavelmente vamos conseguir contê-la facilmente."

O Reino Unido foi o primeiro governo a chamar a atenção para os casos da doença, no dia 7 de maio. Desde então, cerca de 200 casos em países onde o vírus não é endêmico foram reportados à OMS.

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O Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) cifrou o número de casos em 219.

A varíola do macaco é endêmica em 11 países do leste e do centro da África. Nas últimas semanas, porém, foram registrados casos em mais de 20 outros países, incluindo Estados Unidos, Austrália, Emirados Árabes Unidos e membros da União Europeia.

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O Ministério da Saúde da Espanha notificou nesta sexta-feira um total de 98 casos até agora, um pouco mais que o Reino Unido, onde há 90 infecções confirmadas.

Em Portugal, o número de casos é de 74, segundo informaram as autoridades sanitárias nesta sexta. Todos os infectados são homens, e a maioria tem menos de 40 anos, assinalaram.

Não há motivo de pânico

"Ainda estamos no início deste evento", disse Sylvie aos representantes dos Estados-membros presentes na Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra.

"Sabemos que haverá mais casos nos próximos dias", afirmou ela, embora tenha enfatizado que não há motivo para espalhar pânico.

"Não é uma doença que deve preocupar o público geral. Não é a Covid nem outra doença que se expande rápido", ressaltou.

A varíola do macaco pertence à mesma família da varíola, que matou milhões de pessoas por ano antes de ser erradicada, em 1980.

Mas a varíola do macaco é muito menos grave e tem uma taxa de mortalidade de entre 3% e 6%, dependendo dos casos. A maioria dos infectados se recupera em três ou quatro semanas.

Os primeiros sintomas incluem febre, dor de cabeça e dores musculares nas costas. Depois, surgem erupções cutâneas, lesões, pústulas e, finalmente, cascas de ferida.

Vários especialistas ressaltaram que, embora o vírus possa ser contraído durante um ato sexual, a varíola do macaco não é uma doença sexualmente transmissível.

A transmissão requer contato próximo e prolongado entre duas pessoas e acontece principalmente por meio da saliva e do pus das lesões cutâneas surgidas durante a infecção.

Por ora, não existem muitas possibilidades de tratamento, mas há alguns antivirais desenvolvidos contra a varíola, entre eles um que foi aprovado recentemente pela Agência Europeia de Medicamentos, assinalou Sylvie.

Também está comprovado que as vacinas desenvolvidas para o combate à varíola tradicional são eficazes em 85% para prevenir a varíola do macaco.

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