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Conselho lança 1º código de ética para estudantes de medicina

Sobre trote, garante direito de recepcionar novos estudantes, mas em "ambiente saudável"; carta será encaminhada para 320 escolas no país

Saúde|Da Agência Brasil

O Código de Ética do Estudante de Medicina será distribuído em 320 universidades
O Código de Ética do Estudante de Medicina será distribuído em 320 universidades O Código de Ética do Estudante de Medicina será distribuído em 320 universidades

Organização de trotes responsáveis, respeito ao sigilo, uso ético de cadáveres durante atividades de ensino e prevenção ao assédio moral e às relações abusivas nas escolas são alguns dos temas abordados no primeiro Código de Ética do Estudante de Medicina.

A iniciativa, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), oferece um conjunto de princípios para balizar as relações dentro e fora das salas de aula.

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“Anteriormente, no Brasil, algumas instituições de ensino e conselhos regionais de medicina haviam elaborado textos com o mesmo objetivo, mas com abrangência local”, destacou a entidade, por meio de nota.

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O documento tem 45 artigos organizados em seis eixos que ressaltam atitudes, práticas e princípios morais e éticos e se inspira em experiências de códigos semelhantes editados em países como Inglaterra, Estados Unidos e Canadá.

O trabalho de elaboração do código de ética, segundo o CFM, teve início há dois anos e foi concluído durante fórum específico com a participação de representantes de várias entidades que mantêm interface com o tema. Médicos, estudantes, academias e outras organizações da sociedade civil também puderam contribuir com as formulações, encaminhando sugestões por meio de uma plataforma eletrônica. Ao todo, foram recebidas 272 contribuições.

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“A formação dos futuros médicos na graduação deve proporcionar aos estudantes o incentivo ao aperfeiçoamento da capacidade de lidar com problemas nos campos da moral e da ética em sinergia com as atividades relacionadas ao ensino e à prática profissional”, avaliou o presidente do CFM e coordenador da Comissão Nacional de Elaboração do Código de Ética do Estudante de Medicina, Carlos Vital.

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A proposta, segundo ele, era elaborar uma espécie de carta de princípios universais, aplicáveis a todos os contextos, para estimular o desenvolvimento de uma consciência individual e coletiva propícia ao fortalecimento de uma postura honesta, responsável, competente e ética, resultando na formação de um futuro médico mais atento a princípios fundamentais da atividade profissional e da vida em sociedade.

A previsão é que, a partir de setembro, o novo código de ética seja encaminhado para mais de 320 escolas em atividade em todo o país. O documento ficará disponível para download no site do CFM e também deve ser distribuído numa versão impressa, em formato de bolso.

Confira os principais pontos do Código de Ética Médica do Estudante:

Sigilo médico: orienta o estudante a guardar sigilo a respeito das informações obtidas a partir da relação com os pacientes e com os serviços de saúde. E veda ao acadêmico a quebra do sigilo.

Assédio moral: orienta o estudante a se posicionar contra qualquer tipo de assédio moral ou relação abusiva de poder entre internos, residentes e preceptores.

Trotes: compreende como um direito o estudante participar da recepção dos ingressantes, mas em um ambiente saudável. Também destaca como dever a denúncia de qualquer prática de violência física, psíquica, sexual ou dano moral e patrimonial.

Execício ilegal: proíbe o acadêmico identificar-se como médico, podendo qualquer ato por ele praticado nessa situação ser caracterizado como exercício ilegal da medicina.

Remuneração: o estudante de medicina não pode receber honorários ou salário pelo exercício de sua atividade acadêmica institucional, com exceção de bolsas regulamentadas.

Relação com cadáver: destaca o respeito com o cadáver, incluindo qualquer peça anatômica utilizada com finalidade de aprendizado.

Supervisão obrigatória: instrui que a realização de atendimento por acadêmico deverá obrigatoriamente ter supervisão médica.

Respeito pelo paciente: orienta o estudante a demonstrar empatia e respeito pelo paciente.

Respeito no atendimento e aparelhos eletrônicos: destaca como dever do estudante dedicar sua atenção ao atendimento ministrado, evitando distrações com aparelhos eletrônicos e conversas alheias à atividade.

Privacidade: garante o respeito à privacidade, que contempla, entre outros aspectos, a intimidade e o pudor dos pacientes.

Mensagens de WhatsApp: permite o uso de plataformas de mensagens instantâneas para comunicação entre médicos e estudantes de medicina, em caráter privativo, para enviar dados ou tirar dúvidas sobre pacientes.

Equipe multidisciplinar: orienta os estudantes a se relacionarem de maneira respeitosa e a respeitarem a atuação de cada profissional da saúde.

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