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Covid-19: médico alerta para o aumento de casos entre jovens

Nesta nova etapa da pandemia, em muitos casos, os avós também deverão ter a preocupação com os netos

Saúde|Eugenio Goussinsky, do R7

Internações aumentaram entre os mais jovens
Internações aumentaram entre os mais jovens Internações aumentaram entre os mais jovens

De um lado, variantes do novo coronavírus e o comportamento humano aumentaram o número de transmissões da doença e levaram, neste último mês, o Brasil a recordes de mortes em toda a pandemia. De outro, a vacinação ainda lenta, no entanto, começa a dar mostras de que irá, gradativamente, reduzir o número de casos. No Brasil, o número de novas internações de idosos com 90 anos ou mais por covid-19 caiu 20%, cerca de um mês e meio depois do início da vacinação. Já as internações causadas pela doença, na faixa etária dos 30 aos 39 anos, registrou um aumento de 50%.

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Por esses índices, divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo, com base em dados do Sivep-Gripe, sistema do Ministério da Saúde que traz os dados sobre internações por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), a pandemia entrou em uma nova etapa, em que, diferentemente do início, os mais velhos não são agora os únicos grupos vulneráveis. Em muitos casos, agora, os avós também deverão ter a preocupação para que os netos não sejam contaminados.

O vice-presidente do Hospital Albert Einstein, Marcos Knobel, clínico geral e cardiologista com anos de experiência em UTIs, atribui esse aumento de casos de internações e mortes de pessoas mais jovens também às novas cepas do vírus. E ressalta as necessidades de cuidados da população.

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"Venho fazer um alerta para os jovens. Até imploro: usem máscara, não se aglomerem, pratiquem o distanciamento social e a higienização das mãos. Isso é muito importante para todos vocês. Ultimamente, com as novas cepas, temos visto muito mais jovens nas UTIs e óbitos numa proporção muito maior em relação aos idosos, comparando com o que vimos no ano passado. Se antes nós falávamos, 'jovem, cuide-se para proteger seus pais e avós, hoje nós falamos: jovem, cuide-se para preservar a sua vida'", declarou.

Dados da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgados no início de março apontam que adultos infectados com a P.1 (uma das variantes) chegam a ter uma carga viral dez vezes maior do que aqueles que contraíram cepas mais antigas.

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Na opinião do psicólogo Leonardo Abrahão, idealizador da iniciativa Janeiro Branco (em defesa dos cuidados com a saúde mental), é fundamental que as pessoas tenham conhecimento claro sobre o que vem ocorrendo no país e no mundo atualmente.

"Esse novo momento, com os idosos sendo vacinados, é a prova de que a pandemia produziu efeitos e consequências em todas as questões e relações humanas: as preocupações, e os cuidados, devem ser gerais, horizontais e universais. Não interessa a sua condição social, sua faixa etária, sua identidade cultural ou sua orientação sexual: os problemas — e as soluções — são de ordem coletiva e global."

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Abrahão ressalta que, no atual cenário, muitos idosos, apesar do alívio, ainda terão de lidar com outras apreensões.

"Muito provavelmente, os mais idosos irão se sentir mais protegidos e seguros — isso será maravilhoso para a saúde mental deles. Contudo, não podemos cometer generalizações simplistas: apesar de vacinados, muitos ainda carregarão as dores psicológicas (e físicas) relacionadas aos longos tempos em isolamento, relacionadas às múltiplas formas de luto que tiveram que enfrentar e relacionadas aos novos medos que surgirão, como a indagação: 'meus netos estão seguros?'”

Na opinião da psicóloga Adriana Carbone, este momento exige algo necessário no dia a dia, mas que, com a pandemia ficou ainda mais importante: conter a ansiedade, tanto para ser prevenir da doença, evitando festas, reuniões e aglomerações e não abrindo mão do uso de máscara, quanto para lidar com a ameaça do vírus em si.

"Com relação aos afetos, por mais que a gente tenha preconceito da tecnologia, em relação à distância que ela traz, por não possibilitar o contato físico, no momento atual, pensando nesta semana com número de mortos elevados e uma perspectiva ruim por conta do sistema de saúde sobrecarregado, temos de manter distanciamento social absoluto, e cuidar de manter os afetos pelos carinhos que podemos fazer. Talvez mandando uma comida, um chocolate, um presente de um avô para o neto, mas a distância do contato fisico continua se mantendo importante. Agora devemos pensar que o presente é o que a gente pode viver, e seguir vivendo um dia de cada vez", observa.

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