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É comum combinar vacinas, como de Oxford e Sputinik V?

Fenômeno é chamado de intercambialidade, exige estudos e já acontece no caso de outras doenças, embora não seja recomendado, diz especialista

Saúde|Brenda Marques, do R7

Combinar vacinas não é recomendado, mas há aval para doenças específicas
Combinar vacinas não é recomendado, mas há aval para doenças específicas Combinar vacinas não é recomendado, mas há aval para doenças específicas

A farmacêutica britânica AstraZeneca vai iniciar testes clínicos combinando sua vacina contra a covid-19 com o imunizante russo Sputnik V. Esse fenômeno, chamado de "intercambialidade" já acontece no caso da proteção contra outras doenças - como a hepatite A e a infecção por HPV (papilomavírus humano) -, embora não seja recomendado justamente pela falta de estudos sobre a prática, segundo o pediatra Juarez Cunha, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

"O que é preconizado é que seja feito o esquema vacinal com produtos do mesmo fabricante. Mas para a hepatite A nós temos quatro vacinas de laboratórios diferentes. É um exemplo de intercambialidade aprovada, sem interferir na eficácia e segurança dos diferentes imunizantes", afirma.

O especialista destaca que estudos como o da AstraZeneca são importantes porque a combinação de vacinas criadas por diferentes produtores será inevitável no contexto da pandemia de covid-19. "Isso vai acontecer pela falta de uma vacina [que supra toda a demanda existente]", explica.

"Desde que sejam feitas pesquisas de fase 3 [a última antes da aprovação por orgãos reguladores] demonstrando segurança e eficácia, não é problema", completa.

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Leia mais: Distribuir vacina da Pfizer no Brasil é possível, diz especialista

De acordo com ele, a intercambialidade pode ter consequências negativas e positivas, mas elas só serão conhecidas a partir dos testes com humanos. É possível, por exemplo, que a eficácia das vacinas, quando combinadas, sejam potencializadas ou minimizadas.

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"Pode tanto interferir para mais como para menos. Outra questão é o risco de reações adversas", pondera.

Juarez acrescenta que não há restrições sobre os estudos acerca da intercambialidade quanto à tecnologia utilizada como base para desenvolver os imunizantes.

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"Todas as possibilidades podem ser testadas. As duas vacinas em questão têm tecnologias iguais. Mas não dá para dizer que a combinação teria resultados negativos se as plataformas fossem diferentes. Isso só as pesquisas mostram", reitera.

Tanto a Sputnik V como a vacina desenvolvida em parceria pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford usam adenovírus enfraquecidos como meio para transportar para o organismo fragmentos do coronavírus capazes de ativar o sistema imunológico. 

A diferença é que a vacina russa utiliza dois adenovírus distintos (Ad5 e Ad26), que geralmente causam resfriado em humanos, já a britânica usa um único adenovírus que acomete da mesma maneira os chimpanzés.

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