O Hospital Israelita Albert Einstein distribuiu comunicado a seus médicos, nesta quinta-feira (25) em que desaconselha a utilização da cloroquina para tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Apesar de haver testado o medicamento no combate à doença, a instituição declarou em nota, nesta sexta-feira (26) que nunca teve um protocolo de uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para tratamento da covid-19.
Médicos do corpo clínico aberto, porém, estavam prescrevendo a cloroquina em acordo com os pacientes.
O uso, nesse caso, era off-label, quando um remédio é receitado fora das indicações contidas na bula — que seguem orientações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Com a nova cartilha, o Einstein recomendou a seus profissionais que evitem a utilização do medicamento em caráter off-label para infectados.
O comunicado do hospital se baseou em uma declaração da agência de controle de drogas e alimentos dos Estados Unidos (FDA), que revogou a autorização de uso emergencial da cloroquina e da hidroxicloroquina como tratamento para pacientes com covid-19.
De acordo com o órgão, os estudos não detectaram eficácia do remédio, além de potenciais benefícios não superarem possíveis riscos.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) suspendeu em definitivo, em 17 de junho, os testes com a hidroxicloroquina no ensaio clínico global Solidariedade, que pesquisa a eficácia e a segurança de possíveis tratamentos para o novo coronavírus.
Segundo a entidade, os testes com a droga não reduziram as taxas de mortalidade de pacientes hospitalizados com o vírus.
No Brasil, o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina é defendido por Jair Bolsonaro, que reconhece a falta de evidências científicas sobre a eficácia do medicamento. Por pressão do presidente, o Ministério da Saúde liberou o remédio para todos os pacientes da covid-19 no país.
Confira, na íntegra, a nota do Hospital Israelita Albert Einstein
"O Hospital Israelita Albert Einstein esclarece que nunca contou com um protocolo de uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19. Médicos do corpo clínico aberto, porém, poderiam prescrever os medicamentos em acordo com os pacientes confirmados com o novo coronavírus, fazendo a utilização chamada de off label, ou seja, fora das indicações homologadas para os fármacos pela agência reguladora no Brasil, a Anvisa.
Nesta quinta-feira (25/06), o Einstein recomendou a não utilização, nem em modo off label das medicações em pacientes internados pela infecção causada pelo Sars-coV-2 no hospital, frente ao recente comunicado divulgado pela agência americana FDA revogando a autorização de uso emergencial do medicamento sulfato de hidroxicloroquina e fosfato de cloroquina no atendimento a pacientes com covid-19, levando em consideração que os estudos não mostraram diferenças em relação ao tratamento padrão e que os benefícios da utilização dos medicamentos não superaram seus riscos conhecidos e potenciais, além de um estudo controlado randomizado não demonstrar evidência e benefícios em relação à mortalidade, ao tempo de internação ou à necessidade de ventilação mecânica."