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Nova onda de Covid: volto a usar máscara? Preciso de 5ª dose? Tire essas e outras dúvidas

O aumento do número de casos no Brasil está sendo causado por duas novas subvariantes da Ômicron e exige que, por exemplo, imunossuprimidos evitem aglomerações

Saúde|

Cada indivíduo deve avaliar os riscos e escolher voltar, ou não, a usar máscara
Cada indivíduo deve avaliar os riscos e escolher voltar, ou não, a usar máscara Cada indivíduo deve avaliar os riscos e escolher voltar, ou não, a usar máscara

Mais brasileiros estão testando positivo para a Covid-19 nas últimas semanas. Uma nova onda da doença, que veio junto de duas novas subvariantes da Ômicron, a BQ.1 e a XBB, já tem causado impacto na Europa, na China e nos Estados Unidos e, agora, começa a crescer no Brasil.

No sábado (5), a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou um caso de Covid-19 provocado pela Ômicron BQ.1 na cidade. Nesta segunda-feira (7) o Rio Grande do Sul também registrou um caso da subvariante em Porto Alegre.

Conforme a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em 20 de outubro a variante foi encontrada no Amazonas, em um sequenciamento do vírus feito pela unidade amazonense da fundação.

O Estadão questionou especialistas sobre as dúvidas mais frequentes relacionadas a essa nova fase da doença.

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1. Qual é a diferença das novas subvariantes para as anteriores?

As subvariantes são mutações dos coronavírus. A BQ.1, por exemplo, é "descendente" da BA.5, que era uma das prevalentes em todo o mundo, junto com a BA.4 — todas subvariantes da Ômicron.

Alguns especialistas dizem que a transmissibilidade da BQ.1, assim como a da XBB, tende a ser maior que a de outras variantes que já circulam no país. No entanto, segundo o cientista de dados e coordenador da Rede Análise da Covid-19 Isaac Schrarstzhaupt, ainda é cedo para afirmar isso.

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"Quase não temos dados concretos ainda sobre as variantes, e o que temos são dados preliminares. O que conseguimos ver é que, aparentemente, essas variantes são mais resistentes aos tratamentos com anticorpos monoclonais (que são os tratamentos disponíveis hoje)", diz.

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Menos protegidas, as pessoas tendem a sentir mais os sintomas quando infectadas por essas variantes. Por isso o aumento da procura por testes de Covid-19 e dos resultados positivos.

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"As vacinas bivalentes da Pfizer têm a BA.1, a BA.4 e a BA.5 como alvo. Por isso, elas poderiam, em tese, ajudar na prevenção contra a BQ.1, mas não temos nenhuma movimentação até o momento, no Brasil, para a aplicação dessas vacinas", continua.

2. Quais são os principais sintomas da doença nessa nova onda?

Hoje os sintomas de Covid-19 são similares aos da gripe e do resfriado comum. O paciente infectado pode ter coriza, dor de garganta, tosse, dor de cabeça, dor no corpo, cansaço e febre.

Esses sintomas podem ser combinados ou aparecer sozinhos, a depender da gravidade do caso. Especialistas recomendam que as pessoas sintomáticas façam teste de Covid-19, para que possam tomar os cuidados corretos de isolamento e, se necessário, de tratamento.

Diagnosticado corretamente, o paciente tem maiores chances de tratar a doença, de forma a não evoluir para quadros clínicos graves. Além disso, ao aderir ao protocolo de uso de máscara, ele não põe outras pessoas em risco de contaminação.

Se possível, é recomendado fazer o teste laboratorial. Diferentemente dos autotestes de farmácia, com eles os resultados são notificados ao governo, o que colabora para que o Ministério da Saúde e os cientistas monitorem o avanço da doença no país e, assim, tomem as medidas necessárias.

3. É preciso voltar a usar máscara?

Segundo o infectologista, professor e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia Alexandre Naime Barbosa, neste momento a recomendação é que a pessoa faça uma avaliação individual de risco e adote cuidados baseados na sua condição de saúde.

A orientação é que idosos acima de 75 anos, pessoas que passaram por transplante de órgão recente, indivíduos com doença de lúpus e imunossuprimidos, em geral, evitem aglomerações e utilizem máscara sempre que tiverem contato com outras pessoas.

Pessoas com condições de saúde normais e que não são idosas devem usar máscara apenas em ambientes fechados, com aglomeração e sem circulação de ar. Se infectadas, devem utilizar máscara sempre que saírem de casa e/ou tiverem contato com outras pessoas.

4. As vacinas já aplicadas protegem contra essa nova variante?

As vacinas contra Covid-19 já administradas (Pfizer, AstraZeneca, Coronavac etc) têm proteção contra a nova variante, mas o nível de eficácia é menor. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o risco de reinfecção (pegar Covid-19 de novo) pode ser mais elevado com a BQ.1 e a XBB.

Conforme o material genético do coronavírus sofre mutações, vão aparecendo mais variantes (novas versões do vírus, com algumas diferenças em relação à original). Dessa forma, a vacina que foi desenvolvida com base em uma variante anterior não tem eficácia tão alta contra essa nova variante.

O microbiologista e especialista em desenvolvimento de vacinas Victor Cioffi explica que a vacina e o vírus funcionam como uma chave e uma fechadura: quando a fechadura sofre algum tipo de deformação, a chave passa a não se encaixar tão bem na fechadura quanto se encaixava originalmente. Por isso, é importante tomar todas as doses de reforço da vacina.

As doses de reforço da vacina de Covid-19 são preparadas com incrementos em relação às principais novas variantes em circulação. Dessa forma, ao tomá-las, a pessoa fica mais protegida contra novas variantes.

5. É preciso tomar dose de reforço da vacina? Quantas?

Quem já tomou as duas doses do imunizante ou a vacina de dose única já tem uma proteção mínima contra casos graves e hospitalizações em decorrência de infecção pelas novas variantes. No entanto, a recomendação é que sejam tomadas todas as doses de reforço disponíveis para potencializar essa proteção.

As doses de reforço estão disponíveis nos postos de saúde, e o calendário de vacinação varia por estado. Em São Paulo, estão sendo aplicadas, neste momento, a terceira dose adicional contra a Covid-19 em imunossuprimidos com 18 anos ou mais (a quinta dose) e também na população geral, com idade igual ou superior a 40 anos, que tenha iniciado o esquema vacinal com Janssen.

Segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo, o estado "segue as orientações do PNI (Programa Nacional de Imunização) na campanha de vacinação contra a Covid-19 e distribui os imunizantes aos municípios em conformidade com o grupo etário vigente para aplicação e à medida que recebe as doses. Os municípios foram orientados com relação aos critérios para vacinação, mas possuem autonomia para a execução e elaboração de estratégias em seus territórios".

Em alguns locais do Brasil, já está sendo aplicada a quinta dose da vacina em um público mais amplo.

6. Como está essa nova onda em outros países? O que deve ocorrer no Brasil?

A nova onda de Covid-19 tem se espalhado mundialmente. Casos de infecção por BQ.1 foram identificados na Europa, que tem visto uma elevação no número de diagnósticos positivos e internações.

Nos Estados Unidos, o aumento da quantidade de casos também vem sendo notado. Hoje, 12 subvariantes, todas da Ômicron, estão em grande circulação no país, disse Albert Ko, especialista da Universidade de Saúde Pública de Yale, ao New York Times.

Do outro lado do mundo, a China registrou, nesta segunda-feira (7), o maior número de infecções por Covid-19 em seis meses. O país voltou a adotar algumas medidas restritivas, em especial em fábricas.

No Brasil, se confirmada uma nova onda, será a terceira registrada no país em menos de um ano — todas ocasionadas pela variante Ômicron. A primeira, entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, foi provocada pela sublinhagem BA.1 da variante; a segunda, entre maio e julho, foi causada pelas linhagens BA.4 e BA.5, que são, hoje, as que circulam no Brasil com maior intensidade.

Segundo Anderson Brito, pesquisador científico do ITpS (Instituto Todos pela Saúde), que coordena uma pesquisa de monitoramento da positividade de testes da doença no país, ainda é difícil prever o impacto da nova onda. Ele acredita, porém, ser "improvável" que o Brasil sofra novamente impactos tão grandes da doença.

"Felizmente, onda após onda, temos visto números de hospitalizações e mortes cada vez menores. Muito disso se deve ao avanço da vacinação", diz o especialista.

Ainda assim, as linhagens responsáveis pelo aumento da quantidade de casos positivos em países da Europa, como a BQ.1.1, que se origina da variante BA.5, devem chegar ao Brasil.

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