Anvisa mantém recomendação do uso da vacina já que benefícios superam riscos
Rob Engelaar / EFE - EPA - 6.4.2021Por precaução, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) solicitou nesta quarta-feira (7) a inclusão da possibilidade de formação de coágulos sanguíneos no item “Advertência e Precauções” da bula da vacina contra a covid-19 de Oxford, que é produzida no Brasil pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
A agência, porém, manteve recomendação do uso do imunizante vacina, considerando que os benefícios superam quaisquer riscos relacionados a vacinas, que ainda não foram comprovados e surgiram de casos raríssimos pelo mundo.
"Tratam-se de casos muito raros de formação de coágulos sanguíneos associados à trombocitopenia - diminuição do número de plaquetas (fragmentos de células que ajudam a coagular o sangue) - e, em alguns casos, sangramentos que podem estar associados ao uso da vacina", escreveu a agência.
De acordo com a Anvisa, após mais de 4 milhões de doses administradas da vacina no Brasil, foram registrados um total de 47 casos suspeitos de eventos adversos tromboembólicos, sendo apenas um associado à trombocitopenia.
No entanto, a Anvisa esclareceu que, até o momento, não foi possível estabelecer uma relação direta e de causalidade entre esses casos suspeitos e o uso da vacina no Brasil.
A Anvisa ressaltou que o risco de ocorrência de coágulos sanguíneos é baixíssimo, mas que cidadão deve estar atento a possíveis sintomas de coágulos para que procure atendimento médico imediato. "Alguns deles são falta de ar, dor no peito, inchaço na perna e dor abdominal persistente, além de sintomas neurológicos, como dores de cabeça fortes e persistentes ou visão turva, entre outros".
A EMA (Agência Europeia de Medicamentos), porém, já concluiu que formação de coágulos deve ser vista como um efeito colateral muito raro da vacina. Mesmo assim, a entidade também mantém a recomendação do uso do imunizante, considerando que os riscos da covid-19 são muito maiores do que os possíveis efeitos adversos do produto.