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Recém-nascida tem dois braços quebrados dentro de UTI de hospital de SP

Hospital diz que menina nasceu com deficiência de cálcio que acarreta fraturas espontâneas

Saúde|Ana Luísa Vieira, do R7

Menina nasceu prematura e segue internada em hospital
Menina nasceu prematura e segue internada em hospital Menina nasceu prematura e segue internada em hospital

Uma bebê de três meses de idade teve os dois braços quebrados dentro da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Metropolitano na Lapa, em São Paulo. Os pais da criança acusam a instituição de negligência nos cuidados com a bebê recém-nascida.

A promotora de vendas Juliana Esteves, de 20 anos, disse que a bebê nasceu prematura, aos seis meses de gestação, no dia 17 de dezembro de 2016, e permanece internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da instituição desde então. 

— No dia 23 de fevereiro, eu passei o dia com a minha filha no hospital e saí de lá apenas às 21h. Voltei às 15h30 do dia 24 e encontrei a criança com o braço esquerdo engessado. Eu perguntei o que havia acontecido e me disseram, simplesmente, que o braço havia se quebrado sozinho. A parte fraturada foi o úmero [porção superior do braço], que se partiu ao meio.

De acordo com Juliana, as visitas diárias continuaram e, no dia 27 de fevereiro, os médicos pediram para que ela se retirasse da unidade temporariamente enquanto era realizado um procedimento de colocação de cateter na bebê.

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— Quando voltei à sala, o cateter não havia sido colocado e o braço direito da criança estava roxo. Me informaram de que ele também havia sido quebrado.

De acordo com a promotora de vendas, a instituição alegou que a bebê sofre de doença metabólica óssea — enfermidade caracterizada pela deficiência de cálcio em recém-nascidos —, o que teria facilitado as fraturas. Os pais da criança, entretanto, acreditam que houve negligência e imprudência dos profissionais de saúde no Hospital Metropolitano ao manusearem sua filha.

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— Na minha concepção, foi um erro deles. Em todo esse tempo que passo acompanhando minha filha na UTI, já vi várias mães relatando que seus filhos também sofrem de doença metabólica óssea e falta de cálcio, mas nenhum deles teve ossos quebrados. Não há possibilidade de ela ter a doença dos ossos de vidro; caso contrário, o teste do pezinho teria identificado.

A osteogênese imperfeita, também conhecida como “ossos de vidro”, é uma doença genética que tem como principal característica a fragilidade dos ossos, que apresentam deficiência na produção de colágeno.

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Menina teve dois braços quebrados dentro do Hospital Metropolitano da Lapa, em São Paulo
Menina teve dois braços quebrados dentro do Hospital Metropolitano da Lapa, em São Paulo Menina teve dois braços quebrados dentro do Hospital Metropolitano da Lapa, em São Paulo

Espera de duas semanas

Desde que o segundo braço se quebrou, a bebê se encontra sedada e entubada, afirma Juliana. Ela também não pode ser transferida para outra instituição, de acordo com a mãe, por conta do inchaço nos braços.

— Me disseram que daqui a duas semanas o ortopedista vai voltar para avaliar o caso. Ela continua com os braços engessados.

O advogado criminalista Ademar Gomes, contratado pelo casal, irá promover processo administrativo ao Cremesp (Conselho Regional de Medicina) e ao Coren (Conselho de Enfermagem) para apurar responsabilidade profissional, além de processo por dano moral e material contra o Hospital Metropolitano da Lapa e seus profissionais.

Outro lado

Em nota, o Hospital Metropolitano esclarece que "a menor L. C. M. E. está internada em sua UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal desde seu nascimento, com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar e com todos os cuidados médicos, conforme protocolos clínicos específicos para o tratamento de prematuros extremos".

O texto ainda confirmou que a menina sofre de doença metabólica óssea (Osteopenia da Prematuridade) — deficiência de cálcio e de fósforo que acarreta fraturas espontâneas e que a "equipe assistencial da instituição segue em atenção total ao seu quadro clínico. A instituição ressalta que a equipe médica está em contato permanente com Juliana Pereira Molina Esteves, mãe e acompanhante da paciente, informando sobre todos os procedimentos adotados e a evolução do tratamento".

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