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Uso de máscara pode evitar surtos locais, como no caso de Trump

A suspeita é a de que o presidente dos EUA tenha se infectado com a covid-19 em um evento na Casa Branca em que quase ninguém usava máscara

Saúde|Aline Chalet, do R7*

Oito pessoas que estavam na cerimonia testaram positivo para o novo coronavírus
Oito pessoas que estavam na cerimonia testaram positivo para o novo coronavírus Oito pessoas que estavam na cerimonia testaram positivo para o novo coronavírus

O uso de máscara pode evitar surtos locais e contaminações em ambientes "clusters", como comitivas, encontro sociais, restaurantes, voos e reuniões, afirma o infectologista Renato Kfouri, da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações). O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-dama, Melanie Trump, testaram positivo para a covid-19. A suspeita é a de que a contaminação tenha ocorrido em um ambiente "cluster".

O evento em questão aconteceu no Rose Garden, na Casa Branca. A cerimônia em 26 de setembro foi realizada para a nomeação da conservadora Amy Coney Barret para a Suprema Corte.

As imagens do evento mostram que a grande maioria dos participantes não usou máscara nem cumpriu o distanciamento social de pelo menos 1,5m entre as pessoas. Oito pessoas que estavam no evento já testaram positivo para a covid-19.

O ex-governador de Nova Jersey, Chris Christie, anunciou no sábado (3) que contraiu o vírus. Kellyanne Conway, que renunciou ao cargo de conselheira sênior de Trump em agosto, confirmou na sexta-feira (2) que testou positivo. Mike Lee, senador republicano de Utah, confirmou seu teste positivo pelo Twitter, assim como o senador da Carolina do Norte, Thom Tillis. A Universidade de Notre Dame confirmou que seu presidente, o reverendo John Jenkins, também têm covid-19. Um jornalista que não foi identificado e que compareceu ao evento também contraiu o vírus, segundo a Associação de Correspondentes da Casa Branca.

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O infectologista reforça que o uso de máscara por todos, associado a outras medidas de prevenção, são eficientes e importantes no combate à transmissão da covid-19. “São extremamente importantes, os únicos instrumentos que temos contra essa doença.”

A máscara cria uma barreira física que impede que a maior parte das gotículas que transportam o vírus seja carregada para o ambiente. “Se a pessoa contaminada está de máscara, ela libera menos vírus no ambiente. Se a pessoa saudável está de máscara, ela tem maior dificuldade de inalar esse vírus. Então é uma proteção nas duas vias.”

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Além disso, Kfouri lembra que o uso de máscara por todos é importante por conta dos assintomáticos e pré-sintomáticos. “A gente já viu que os sintomas demoram para aparecer e antes deles aparecerem o contaminado já está transmitindo. Além das pessoas que não apresentam nenhum sintoma, mas tem capacidade de transmitir.”

Trump tem uma postura variável em relação ao uso de máscara. Em julho, contrariando suas declarações anteriores sobre o assunto, chegou a afirmar que o uso de máscara era um ato patriótico. Mas, no dia desta cerimônia, ele foi um dos participantes que não usou o acessório.

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O médico afirma que alguns estudos mostram que a informação não homogênea, ou desencontrada, por parte dos governos, agentes de saúde e figuras públicas podem dificultar a adesão às medidas de prevenção e geram uma suspeita em relação às autoridades sanitárias.

“Além dos estudos, é de se imaginar que se você tem um ministro falando uma coisa, um político outra, o prefeito outra, vereador outra, vai causar uma confusão. A desinformação, nesses momentos de crise, atrapalha muito. Seria muito melhor se tivéssemos mundialmente um discurso homogêneo e transparente baseado em evidência científica. Infelizmente não é o que a gente tem assistido.”

Leia mais: Bolsonaro prorroga medidas para combate à covid-19

Segundo o infectologista, a eficiência da proteção da máscara depende, também, da utilização correta delas.

É necessário fazer a troca da máscara a cada duas ou quatro horas de uso ou sempre que ela ficar úmida. Utilizar a máscara de tamanho adequado que fique firme no rosto e cubra nariz e boca. Sempre que for tirar ou manuseá-la utilizar as tiras laterais e não encostar na parte da frente, além de não compartilhá-la com outras pessoas.

“Não tem como saber por mais quanto tempo precisaremos utilizá-la. Mas espero que essa epidemia deixe um legado, para que vire um costume. Sempre que uma pessoa estiver com uma doença de transmissão respiratória e precisar sair de casa, que ela utilize a máscara por uma questão de saúde pública.”

*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini

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