Chegada da missão Apollo 11 à Lua completou 45 anos em 2014
Avanços da corrida espacial ainda influenciam programas de países como o Brasil
Tecnologia e Ciência|Do R7
O ano de 2014 ficou marcado pelos 45 anos da chegada da Apollo 11 à órbita da Lua em julho. Além de ser um dos marcos científicos mais relevantes para a tecnologia espacial, a chamada "conquista da Lua" também pode ser considerada uma revolução midiática. Em 1969, mais de 600 milhões de pessoas assistiram ao feito.
O resultado de uma longa corrida dos Estados Unidos contra a União Soviética (URSS) trouxe uma série de tecnologias que seriam usadas no futuro.
Confira no infográfico do R7 como foi a missão Apollo 11
FOTOS: A história da missão Apollo 11
O astrônomo Marcos Calil, coordenador científico do Planetário e Teatro Digital de Santo André, explica o cenário político e militar da corrida para a Lua.
— O fato é que a URSS sempre esteve à frente dos EUA. Ela colocou o primeiro satélite artificial em órbita; o primeiro animal no espaço; o primeiro objeto a alcançar a Lua; o primeiro homem no espaço, o cosmonauta Yuri Gagarin, entre outros feitos de sucessos e insucessos. Não bastassem esses feitos, o programa Luna dos soviéticos, que competia diretamente com as missões destinadas para Lua dos americanos (pela ordem, Programa Mercury, Programa Gemini e Programa Apollo), apesar de alguns insucessos, obteve outros diversos sucessos de idas e vindas para a Lua.
O time enviado para o espaço no foguete Saturno V contava com três astronautas: o comandante da missão Neil Armstrong, o piloto do módulo lunar Edwin "Buzz" Aldrin e o piloto do módulo de comando Michael Collins. Saiba mais sobre os bastidores da missão
Armstrong, comandante da missão, ganhou a fama de primeiro homem a andar na superfície da Lua. Além disso, o astronauta norte-americano é dono de uma das frases mais famosas e difundidas na história da humanidade.
— Um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade.
Inspiração para o programa brasileiro
Apesar de não haver uma ligação direta entre um projeto e outro, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, atendeu à reportagem do R7 para comentar o quanto os feitos dos norte-americanos, russos e demais potências espaciais influenciaram o programa espacial do Brasil.
— O programa espacial do mundo inteiro foi muito baseado nessas conquistas, realizadas ao final dos anos 50 e ao correr dos anos 60. É claro que o mundo todo foi despertado por essas iniciativas. Daí para frente, todos foram motivados por esses grandes movimentos.
Acostumado com as comparações entre o programa da agência nacional e de outros países, Coelho comenta que temos uma situação e objetivos diferentes.
— As pessoas sempre tentam comparar o nosso programa espacial com o programa dos países poderosos: Rússia, EUA, China, Índia, Israel e a Europa. Todos esses países, com pequenas exceções, foram motivados por questões de problemas com suas vizinhanças e fronteiras e problemas também de se impor como grandes lideranças mundiais. Aqui no Brasil, nosso programa sempre foi voltado para a área civil, para a exploração do espaço do ponto de vista pacifico. Essa motivação [bélica] não existe no Brasil.