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Empresa libera Aedes aegypti com genes modificados nos EUA

Experimento tem o objetivo de controlar a população e a disseminação de doenças por meio da espécie em Florida Keys

Tecnologia e Ciência|João Melo, Do R7*

Insetos serão liberados em duas etapas até o final do ano
Insetos serão liberados em duas etapas até o final do ano Insetos serão liberados em duas etapas até o final do ano

Moradores do arquipélago da Flórida Keys, localizado nos Estados Unidos, podem passar a se deparar com um tipo diferente de insetos nos próximos tempos. Isso porque uma empresa de biotecnologia anunciou que liberou mosquitos geneticamente modificados na região.

O principal objetivo de lançar insetos com genes modificados é controlar a população de Aedes aegypti em determinadas regiões, espécie que pode transmitir doenças como dengue, zika e chikungunya. Os mosquitos “hackeados” podem ser uma alternativa ao uso de pesticidas para fazer este controle.

O experimento está sendo feito pela Oxitec, e é o primeiro do tipo a ser realizado nos Estados Unidos, mais especificamente no Estado da Flórida. Os mesmos testes já foram realizados aqui no Brasil, na cidade da Jacobina, na Bahia, nas Ilhas Cayman, no Panamá e também na Malásia. Em todos esses locais houve a diminuição de 90% na população de Aedes aegypti.

“Estamos gratos pela oportunidade de demonstrar a eficácia da tecnologia da Oxitec com um parceiro tão notável. Os desafios impostos pelos mosquitos transmissores de doenças estão crescendo, não diminuindo, tornando este projeto piloto um grande passo à frente para trazer a tecnologia segura para os Estados Unidos”, destacou Gray Frandsen, CEO da Oxitec, em comunicado divulgado pela empresa. 

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Todos os insetos geneticamente modificados são machos e, portanto, não transmitem as doenças. Contudo, eles carregam genes letais que podem ser transmitidos para as fêmeas no momento do acasalamento, causando a morte delas.

Além disso, esses genes também são passados para os possíveis descendentes que venham a nascer, mas não afetam a sobrevivência dos machos.

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O Aedes aegypti representa cerca de 4% do total dos mosquitos de Florida Keys, segundo o Distrito de Controle de Mosquito do arquipélago, que está trabalhando com a Oxitec no experimento. Mesmo assim, esta espécie é responsável pela transmissão de quase todas as doenças transmitidas de insetos para humanos na região.

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“Nossa missão principal é proteger os residentes de Florida Keys de todos os mosquitos, incluindo o Aedes aegypti, transmissor de algumas doenças. O Distrito de Controle de Mosquitos de Florida Keys continua comprometido em buscar ferramentas ecologicamente corretas para proteger a população”, destacou Andrea Leal, Diretora Executiva do Distrito de Controle de Mosquitos de Florida Keys

No final do mês passado algumas caixas com ovos dos mosquitos já tinham sido posicionadas em seis diferentes pontos de Florida Keys. A primeira fase da liberação de mais de 12 mil insetos machos durará cerca de 12 semanas. Uma segunda etapa deve ocorrer ainda neste ano, mas desta vez liberando mais de 20 milhões de mosquitos.

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Os pesquisadores envolvidos no estudo utilizarão dispositivos de captura para controlar a distância, o tempo de vida e a eficácia com a qual eles eliminam a população de fêmeas de Aedes aegypti. De acordo com os pesquisadores, todos os insetos liberados possuem um gene marcador fluorescente que os faz brilhar quando em contato com cores específicas de luz, o que torna a identificação deles mais fácil.

O experimento, contudo, não foi bem recebido por parte da população de Flórida Keys. Alguns moradores da região ameaçaram atrapalhar os testes ao eliminar os mosquitos geneticamente modificados com pesticidas. O temor das pessoas é de que sejam picadas por esses insetos e que eles atrapalhem o ecossistema local.

A empresa de biotecnologia vai apresentar os resultados à Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, que autorizou os testes. Os dados servirão de base para que novos testes sejam, ou não, autorizados para serem feitos de maneira mais ampla no país.

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