O aplicativo de mensagens Telegram que opera similarmente ao WhatsApp terá que entregar suas chaves de criptografia para a FSB, a agência de inteligência russa, seguindo uma ordem dada pela Suprema Corte do país.
Segundo a ordem do tribunal, a empresa terá que pagar uma multa de US$ 14 mil e tem apenas 15 dias para compartilhar o segredo de sua criptografia.
Um conjunto de leis aprovadas em 2016 pelo presidente Vladimir Putin, reeleito no último fim de semana, obrigam as empresas de tecnologia a entregar todos os dados dos cidadãos para o governo e os serviços de inteligência.
O argumento utilizado pelo FSB no julgamento é de que a entrega das chaves por si só não viola a privacidade dos usuários porque para abrir as conversas seria necessária outra ordem judicial.
O órgão de inteligência russa disse também que o aplicativo foi usado para planejar ataques terroristas.
Criptografia própria
O Telegram possui sua própria criptografia, ao contrário do Google e dos Facebook (dona do WhatsApp), que utilizam protocolos diferenciados.
A tecnologia do aplicativo russo é considerada um diferencial. É a empresa que armazena as chaves de segurança do Telegram.
No Twitter, Pavel Durov, um dos criadores do aplicativo se manifestou contra a decisão.
“Ameaças de bloquear o Telegram a menos que ele forneça dados privados de seus usuários não renderão frutos. O Telegram lutará pela liberdade e pela privacidade”, disse Durov.