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Picos de poluição do ar podem afetar a memória de homens idosos

Estudo revela que materiais liberados por indústrias e automóveis causam um menor desempenho cognitivo de pessoas mais velhas

Tecnologia e Ciência|João Melo, Do R7*

Vista de uma nuvem de poluição no Estado da Califórnia, nos EUA
Vista de uma nuvem de poluição no Estado da Califórnia, nos EUA Vista de uma nuvem de poluição no Estado da Califórnia, nos EUA

Pesquisadores dos Estados Unidos e da China verificaram que aumentos na poluição do ar em um curto espaço de tempo podem prejudicar a memória e a saúde cerebral de maneira geral de homens idosos. O estudo foi publicado na última segunda-feira (3), na revista Nature..

A pesquisa tem como base evidências cada vez maiores de que materiais finos particulados (PM2.5s), geralmente liberados por indústrias e transportes rodoviários são prejudiciais também ao cérebro, e não só ao coração e aos pulmões.

Para fazer a constatação, os cientistas analisaram testes cognitivos realizados em 1.000 voluntários, todos eles moradores da cidade de Boston, localizada no Estado de Massachusetts, nos EUA. A idade média dos participantes era de 69 anos.

Com os resultados em mãos, os especialistas verificaram que com o aumento dos níveis de material particulado finos transportados pelo ar estavam associados a um desempenho cognitivo mais baixo dos homens em atividades relacionadas à memorização de palavras e números.

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Contudo, as análises mostraram também que mesmo quando os níveis de materiais particulados no ar aumentaram mas ficaram dentro do limite de 10 microgramas por metro cúbico, o recomendado pela OMS, os voluntários apresentaram menor desempenho em algumas tarefas.

“Este trabalho confirma que há uma ligação entre a poluição do ar e o funcionamento do cérebro em envelhecimento”, destacou Andrea Baccarelli, uma das autoras do estudo e professora de ciências e saúde ambiental na Universidade de Columbia, localizada em Nova York, em entrevista ao jornal Britânico The Guardian.

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De acordo com Andrea, pouco tempo depois que o pico desta poluição a curto prazo passa, o cérebro das pessoas volta a realizar as atividades cognitivas com a fluência normal. Mas, a exposição a diversos aumentos na quantidade de material fino particulado ao longo do tempo pode causar danos permanentes aos indivíduos.

Entre todas as descobertas feitas pelo estudo, uma em especial chamou a atenção dos cientistas. A análise dos resultados mostraram que os voluntários que estavam tomando algum tipo de anti-inflamatório durante o período da pesquisa foram menos afetados pelos aumentos nos níveis de poluição do ar a curto prazo.

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Os autores do estudo afirmam que esta constatação pode estar ligada ao fato de que esses medicamentos reduzem as inflamações causadas pelo contato do material particulado com o cérebro. Entretanto, os pesquisadores ressaltam também que ainda não há evidências suficientes para sugerir que pessoas mais velhas tomem anti-inflamatórios para combater os efeitos da poluição no cérebro.

*Estagiário do R7 sob supervisão de Fábio Fleury

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