O advogado de Luiz Inácio Lula da Silva informou, por meio de nota assinada por Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins, que teve o celular e o telefone fixo do escritório interceptados por autorização do juiz federal Sérgio Moro. De acordo com o texto, a defesa do ex-presidente tomou conhecimento na quarta-feira (16) que Moro “acolhendo pedido de Procuradores da República da Força Tarefa Lava Jato, autorizou nos autos do Processo a realização de interceptação do telefone celular do advogado Roberto Teixeira”.
Segundo a nota, a autorização para grampear as ligações de Teixeira “significa que a intenção do juiz e dos membros do Ministério Púbico foi a de monitorar os atos e a estratégia de defesa do ex-Presidente, configurando um grave atentado às garantias constitucionais da inviolabilidade das comunicações telefônicas e da ampla defesa e, ainda, clara afronta à inviolabilidade telefônica”.
Para a defesa, prova disso é a conversa telefônica mantida entre Roberto Teixeira e Lula no momento em que o ex-presidente foi supreendido "pela arbitrária condução coercitiva determinada pelo próprio Juiz Federal Sérgio Moro. Toda a conversa mantida entre advogado e cliente e a estratégia de defesa transmitida naquela oportunidade estava sendo monitorada e acompanhada por Moro e pela Polícia Federal, responsável pela condução do depoimento".
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De acordo com os advogados, a justificativa de Moro para grampear o advogado foi a de que Teixeira, "'pessoa notoriamente próxima a Luis (sic) Inácio Lula da Silva, representou Jonas Suassuna e Fernando Bittar na aquisição do sítio de Atibaia, inclusive minutando as escrituras e recolhendo as assinaturas no escritório de advocacia dele'. Essa afirmação é a maior prova de que Roberto Teixeira foi interceptado por exercer atos privativos da advocacia — o assessoramento jurídico de clientes na aquisição de propriedade imobiliária — e não pela suspeita da prática de qualquer crime".
Para Teixeira e Martins, "a estratégia do juiz Sérgio Moro e dos membros da Força Tarefa Lava Jato resultou no monitoramento telefônico ilegal de 25 advogados que integram o escritório Teixeira, Martins & Advogados, fato sucedido com a também ilegal divulgação das conversas gravadas nos autos do processo, juntamente com a divulgação de outras interceptações ilegais".
A defeda informa, ainda, que "além das medidas correcionais e judiciais cabíveis, o assunto será levado à Ordem dos Advogados do Brasil para que, na condição de representante da sociedade civil, possa também intervir e se posicionar em relação a esse grave atentado ao Estado Democrático de Direito".