"Vamos derrubar a liminar e Lula será ministro pleno", diz Gilberto Carvalho

Ex-ministro dos governos Lula e Dilma diz que "batalha judicial era mais do que esperada"

Brasil|Mariana Londres, do R7, em Brasília

17/03/2016 - 12h37 (Atualizado em 23/02/2024 - 13h53)

O governo vai recorrer da decisão do juiz Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara da Justiça Federal, que suspendeu a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil. Lula tomou posse na manhã desta quinta-feira (17), no Salão Nobre do Palácio do Planalto.

A informação é do ex-ministro nos governos Dilma e Lula, Gilberto Carvalho, e que trabalha ao lado de Lula desde que saiu do governo.

— Era mais do esperada essa batalha judicial. Não é um juiz de uma vara que vai definir, é o Supremo Tribunal Federal. Nós temos que ter muita paz, muita calma. Nós temos uma batalha longa para garantir que o presidente Lula possa governar junto com a presidenta Dilma como ministro.

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O ex-ministro, que negou que vá assumir cargo no governo com a posse de Lula, disse ainda que a oposição precisa ganhar o poder por via democrática.

— Nós vamos derrubar essa liminar, e ele será ministro pleno. Não tenho dúvida disso. Faz parte desse jogo, não tem problema nenhum. O importante é que os adversários precisam voltar ao leito da luta democrática. Precisam parar de querer dar golpe. Esse é um país onde essas instituições funcionam. Nós demos força para as instituições e esperamos que nossos adversários ganhem da gente no voto, na democracia e não no golpe.

Capítulo 5: a última cartada de Dilma

17/03/2016- Para tentar salvar o seu mandato, a presidente tira a última carta que tinha na manga: nomear o ex-presidente Lula ministro da Casa Civil. Apesar de ser extremamente popular entre os petistas, Lula não é bem recebido pelos eleitores que estão contrários ao impeachment. Além disso, a nomeação é vista como uma manobra para que Lula tivesse foro privilegiado e não caísse nas mãos do juiz de primeira instância da Lava Jato, Sérgio Moro.

Pela primeira vez, os brasileiros tomam as ruas sem os protestos terem sido marcados com antecedência pelas redes sociais. Fica claro que o impeachment está cada vez mais próximoBarrado na Justiça, Lula não chega a assumir o ministério

O deputado federal Major Olímpio (Solidariedade-SP) interrompeu a cerimônia aos gritos de "vergonha" e foi retirado do local. Ele começou a se manifestar assim que a presidente Dilma Rousseff iniciou o seu discurso e foi retirado por seguranças. Já fora da sala, ele entrou em confronto com manifestantes

Após ser empossado, Lula festejou de mãos dadas com Dilma

Também foram empossados os ministros Eugênio Aragão (Justiça), Mauro Lopes (Secretaria de Aviação Civil) e Jaques Wagner (Chefe de Gabinete Pessoal da Presidente da República), que não esteve presente na cerimônia

Durante a cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva como novo ministro da Casa Civil
nesta quinta-feira (17), a presidente Dilma Rousseff reservou boa parte
do seu discurso para criticar a atitude do juiz federal Sérgio Moro,
que tornou público ontem grampos telefônicos da PF (Polícia Federal) que
gravaram conversas dela

Mauro Lopes (Secretaria de Aviação Civil) contrariou a recomendação do PMDB e aceitou o convite de Dilma, estremecendo ainda mais as relações entre governo e o principal partido da base aliada

Eugênio Aragão (Justiça) foi citado em conversas grampeadas do ex-presidente Lula

Somente a presidente Dilma discursou e disse contar "com a experiência do ex-presidente Lula, com a identidade que ele tem com esse País, com o povo desse país. É com isso que eu conto".

Dilma disse "não há Justiça quando delações são tornadas públicas de
forma seletiva para execração de alguns investigados e quando
depoimentos são transformados em fatos espetaculares"

A presidente também disse os "grampos são ilegais" e que o País está
"diante de um fato grave, uma agressão não à minha pessoa, mas à
cidadania, à democracia"

Dilma avisou que não recuará no seu trabalho, cobrou a apuração dos
fatos ocorridos na véspera e avisou que a postura de Sérgio Moro pode
provocar um golpe de Estado.

— Eu quero deixar claro que isso não me fará recuar diante da exigência
da mais absoluta apuração dos fatos acontecidos ontem. Convulsionar a
sociedade brasileira em cima de inverdades, de métodos escusos, de
práticas condenáveis, violam os direitos dos cidadãos e abre precedentes
gravíssimos. Os golpes começam assim. Nossa obrigação é enfrentar essa
situação

Capítulo 5: a última cartada de Dilma 17/03/2016- Para tentar salvar o seu mandato, a presidente tira a última carta que tinha na manga: nomear o ex-presidente Lula ministro da Casa Civil. Apesar de ser extremamente popular entre os petistas, Lula não é bem recebido pelos eleitores que estão contrários ao impeachment. Além disso, a nomeação é vista como uma manobra para que Lula tivesse foro privilegiado e não caísse nas mãos do juiz de primeira instância da Lava Jato, Sérgio Moro. Pela primeira vez, os brasileiros tomam as ruas sem os protestos terem sido marcados com antecedência pelas redes sociais. Fica claro que o impeachment está cada vez mais próximoBarrado na Justiça, Lula não chega a assumir o ministério