A assessoria de imprensa do deputado André Vargas (PT-PR) informou no fim da tarde desta terça-feira (15) que o parlamentar foi embora de Brasília e decidiu adiar a entrega da carta de renúncia ao mandato, que estava anunciada para hoje.
Segundo a assessoria, o deputado tomou essa decisão diante do fato de que a renúncia fica suspensa até a decisão final do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar sobre o processo que André Vargas está respondendo no colegiado.
De acordo com a Constituição, "a renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais" do processo.
Mesmo com renúncia, Vargas deverá ficar inelegível até 2023
Ontem, após reunião com o presidente do PT, Rui Falcão, e outros membros da Executiva Nacional do partido, na última segunda-feira (14), o deputado teria decidido renunciar.
Segundo uma liderança próxima a Vargas, o ainda deputado está “abatido e arrasado”, mas entendeu o posicionamento do partido.
A direção petista argumentou que, com o voto aberto em plenário, ele provavelmente seria cassado. E que o processo ainda se arrastaria por 90 dias na Comissão de Ética da Câmara, o que não seria bom nem para ele, nem para o PT.
O petista vem sendo pressionado pelos próprios colegas de partido desde que veio à tona sua ligação com o doleiro Alberto Youssef, preso em operação da PF (Polícia Federal) que desmontou esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.
Antes disso, Vargas já havia se licenciado por 60 dias do mandato e renunciado ao cargo de vice-presidente da Câmara.