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Em reunião, entidades defendem derrubada de veto ao Reporto

Associações do setor portuário tiveram encontro com o presidente Jair Bolsonaro, responsável por vetar trecho do BR do Mar

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Carga no terminal do Porto de Santos (SP)
Carga no terminal do Porto de Santos (SP) Carga no terminal do Porto de Santos (SP)

Em reunião com o presidente Jair Bolsonaro na tarde desta segunda-feira (7), entidades do setor portuário demonstraram insatisfação e fizeram um movimento pela derrubada do veto do mandatário ao Reporto (Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária), benefício que desonera investimentos em terminais e ferrovias até o fim de 2023.

O encontro começou às 14h30 no Palácio do Planalto, em Brasília. A reunião contou com a presença da Associação de Terminais Portuários Privados, do Conselho Fiscal da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, da Federação Nacional das Operações Portuárias e da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária. O ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, também participou.

Na reunião com Bolsonaro, as entidades comentaram o veto feito ao regime e apresentaram argumentos de que o benefício deve ser mantido e de que é necessária a derrubada do veto pelo Congresso Nacional — as entidades, inclusive, já se articulam com os parlamentares.

De acordo com o diretor-presidente da ATP (Associação de Terminais Portuários Privados), Murillo Corrêa Barbosa, Bolsonaro foi pragmático durante o encontro. "Ele entende o nosso movimento de trabalhar pela derrubada do veto feito ao Reporto e disse que tinha que vetar porque, caso contrário, poderia se submeter ao cenário de possível irresponsabilidade fiscal, mas que entende a importância do benefício", disse ao R7.

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Em janeiro deste ano, Bolsonaro sancionou, com vetos, o projeto de lei que institui o BR do Mar (Programa de Estímulo ao Transporte por Cabotagem), cujo objetivo é estimular a navegação entre os portos brasileiros. O fluxo de barcos entre os portos representa apenas 11% de participação da matriz logística do país, e a expectativa é que a nova legislação promova um aumento para 30%.

Entre os vetos do projeto, estão dispositivos que estabeleciam que as embarcações afretadas ficariam obrigadas a ter tripulação composta de, no mínimo, dois terços de brasileiros. A orientação ao veto foi dada pelos ministérios da Infraestrutura e da Economia. O trecho contraria, segundo a Secretaria-Geral, o interesse público, porque implicaria a elevação dos custos das embarcações em caso de adesão ao programa BR do Mar, que, com isso, perderia a atratividade.

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Outro trecho vetado pelo mandatário diz respeito ao Reporto. "A proposição legislativa incorre em vício de inconstitucionalidade e em contrariedade ao interesse público, pois implicaria em renúncia de receitas sem a apresentação da estimativa do impacto orçamentário e financeiro e das medidas compensatórias", justificou o governo.

Em nota, a Coalização Empresarial Portuária afirmou que o regime fiscal do Reporto vigora há mais de 16 anos, de forma ininterrupta, e foi posto como forma de equalizar o regime tributário brasileiro à melhor prática mundial na tributação de investimentos na área de infraestrutura.

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"A descontinuidade do regime do Reporto a partir de 2022 vai representar uma tributação que pode em alguns casos chegar a 42% na compra de equipamentos portuários, impactando severamente o volume de investimentos, neste momento em que atravessamos uma grave crise no sistema logístico mundial, onde a única solução reside na ampliação da capacidade operacional e na alocação de novos e mais modernos equipamentos", argumenta.

As entidades avaliam que o impacto orçamentário do Reporto é "irrisório", menos de 0,01% da arrecadação prevista para o corrente ano, mas que o efeito na diminuição de investimento será "drástico, causando grave perda de eficiência de um setor que tem investido fortemente sob as condições proporcionadas pelo regime".

O diretor-presidente da ATP estima que o Reporto prevê renúncia fiscal de R$ 300 milhões em 2022, o que é “significativamente baixo se comparado com a arrecadação”.

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