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'Eu não estava nem aí', diz Guedes sobre ditaduras no Chile e no Brasil

Ministro da Economia trabalhou no Chile durante a ditadura de Pinochet; ele disse que até hoje não sabe politicamente onde está

Brasília|Alexandre de Paula, do R7, em Brasília

O ministro da Economia, Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes O ministro da Economia, Paulo Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em evento na pasta, na tarde desta quinta-feira (18), que "não estava nem aí" para as ditaduras no Brasil e no Chile nos 1980, quando aceitou trabalhar no país andino. “Ditadura por ditadura. Era Figueiredo contra Pinochet, eu não estava nem aí”, declarou Guedes. "Eu sou um animal de politização tardia. Até hoje, eu não sei politicamente onde estou."

Ele afirmou que aceitou dar aulas no Chile por uma questão financeira. "[Meu salário] Dava US$ 2,4 mil dólares por mês. Eu recebi uma proposta dos chilenos para ganhar US$ 10 mil por mês para ficar em tempo integral", contou. "Eu nunca vi Pinochet na vida. Eu estava dando aula e fazendo meus papers", justificou.

Mais de 3 mil pessoas foram mortas pela ditadura de Pinochet, segundo dados divulgados pela Comissão Nacional sobre Prisão Política e Tortura do Chile, em 2011. Quando somam-se perseguidos e torturados, o total de vítimas chega a 40 mil.

Dólar e auxílio 'político'

No mesmo evento, Guedes disse que o atual valor da moeda dos Estados Unidos em relação ao real é bom para seduzir investidores estrangeiros a aplicar recursos no Brasil. O dólar fechou nesta quinta-feira (18) cotado a R$ 5,569, Ele disse que a “taxa de câmbio está convidativa” e ainda atribuiu a alta do dólar a “essa incerteza, essa briga, essa confusão, o barulho político que o Brasil está”. Em outubro, a investigação jornalística Pandora Papers revelou que Guedes mantém uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas e pode ter lucrado mais de R$ 16 milhões com a desvalorização do real diante do dólar durante o governo Bolsonaro. Ele omitiu, segundo o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), que a filha é diretora da empresa.

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Guedes também disse, no seminário, que teve de ceder a “pressão política” dentro do governo federal para concordar com o pagamento do Auxílio Brasil a R$ 400 até o fim de 2022. Ele comentou que a Pasta buscava “propostas de aperfeiçoamento do Bolsa Família”, programa que deu lugar ao Auxílio Brasil, de tal forma que não houvesse alteração nas regras fiscais da União, mas destacou que esse plano perdeu “espaço político" para "o conceito de renda básica”.

Outras declarações

Ao longo da gestão no Ministério da Economia, Guedes tornou-se protagonista em diversas situações por declarações controversas e que causaram impacto negativo para o governo federal. Em 12 de fevereiro de 2020, por exemplo, o ministro também defendeu o patamar elevado da taxa de câmbio e afirmou que, com o dólar baixo, tinha até “empregada doméstica indo pra Disneylândia”. 

Em abril deste ano, disse, durante reunião do Conselho de Saúde Complementar, que o Fies, programa federal para estudantes de baixa renda financiarem mensalidades do ensino superior, deu “bolsa pra todo mundo” e ajudou até “filho do porteiro” a entrar na universidade. No mesmo encontro, Guedes disse que “o chinês inventou o vírus [da Covid-19], e a vacina dele é menos efetiva do que a americana”. 

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