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R7 Brasília

Deputados vão ao MPF após Guedes omitir filha em offshore

Deputado Elias Vaz (PSB-GO) denunciou que o ministro da Economia omitiu fato do governo ao assumir pasta, em 2019

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Ministro da Economia, Paulo Guedes
Ministro da Economia, Paulo Guedes

Os deputados federais Elias Vaz (PSB-GO), Kim Kataguiri (DEM-SP), Lídice de Mata (PSB-BA) e Bira do Pindaré (MA-PSB) enviaram ao MPF (Ministério Público Federal) uma representação contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, por ter omitido do governo que sua filha, Paula Drumond Guedes, é diretora de uma offshore que ele mantém nas Ilhas Virgens Britânicas. No documento, os parlamentares pedem investigação sobre a filha e a esposa do ministro quanto à atuação de ambas na offshore, cujo patrimônio, segundo eles, chega a R$ 50 milhões.

Os parlamentares pedem que o MPF analise as operações realizadas desde que Guedes assumiu o Ministério da Economia. O deputado Elias Vaz foi o responsável por mostrar que o ministro omitiu do governo que a filha continuou como diretora da offshore após ele se tornar chefe da Economia.

O deputado fez a observação depois de Guedes enviar documentos à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. O material demonstra, segundo Vaz, que Paula continuou na direção da offshore, mas Guedes não apresentou essa informação na Declaração Confidencial de Informações (DCI), exigida pelo governo. 

O deputado disse que, de acordo com a documentação, Guedes foi diretor da empresa de 2014 a 2019. Já a filha é diretora desde 2015. A esposa do ministro também é sócia da offshore, segundo Vaz.


“Guedes mentiu ao dizer que não tinha familiares em nenhuma empresa que pudesse configurar conflito de interesses. Ele disse que deixou a direção da offshore em dezembro de 2018, mas não falou que a filha continuou como diretora. Essa empresa está sob suspeita de ter recebido informações privilegiadas”, informou Vaz em nota.

De acordo com o deputado, o ministro violou o artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, que prevê que "é vedado o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental a respeito da qual a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função".


Em nota enviada no último dia 15, os advogados de defesa do ministro, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, afirmaram que o fato em questão "já é de conhecimento dos órgãos públicos". Conforme os defensores, a filha do ministro "ter continuado nos quadros da empresa se deve a questões meramente burocráticas de representação junto aos gestores e administradores terceirizados, os quais, frise-se, são todos empresas não brasileiras".

"Não houve qualquer omissão por parte do ministro da Economia. Pelo contrário. O ministro, voluntariamente, juntou farta documentação perante a PGR [Procuradoria-Geral da República], a Comissão de Ética Pública e perante as Comissões temáticas no Senado e Câmara, demonstrando que ele não é administrador desde 2018, que o veículo se encontra sob gestão discricionária e que não houve qualquer remessa ou repatriação de ativos ao longo do período em que se encontra à frente do ME [Ministério da Economia]", afirma a nota.

A existência de uma offshore do ministro Paulo Guedes nas Ilhas Virgens Britânicas foi revelada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. O ministro tem investimentos de US$ 9 milhões na empresa e pode ter lucrado mais de R$ 16 milhões com a desvalorização do real diante do dólar durante o governo do presidente Jair Bolsonaro.

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