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Irmão de Alcolumbre declarou em 2014 automóvel de R$ 57 mil como único bem

PM apreendeu nesta sexta-feira (25) R$ 500 mil em espécie em duas malas do advogado Alberto Alcolumbre

Brasília|Bruna Lima e Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Declaração de bens de Alberto Samuel Alcolumbre, irmão do senador Davi Alcolumbre
Declaração de bens de Alberto Samuel Alcolumbre, irmão do senador Davi Alcolumbre Declaração de bens de Alberto Samuel Alcolumbre, irmão do senador Davi Alcolumbre

Irmão do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), o advogado Alberto Samuel Alcolumbre, flagrado em uma ação policial na madrugada desta sexta-feira (25) com R$ 500 mil, declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2014 um automóvel de R$ 57 mil como único bem. Alberto foi candidato a deputado federal naquela ocasião, mas teve menos de 4.000 votos e não conseguiu se eleger. Naquele mesmo ano, Davi Alcolumbre foi eleito senador no Amapá, com 36% dos votos válidos.

No sistema do TSE, é possível ver que Alberto declarou um veículo L200 Triton Flex branco, no valor de R$ 57 mil. Este foi o único patrimônio informado na ocasião. Apesar do pleito para tentar uma cadeira no Congresso, Alberto é advogado de carreira e atua nas áreas cível e trabalhista. Ele possui, desde março de 2020, um escritório de advocacia com sede em Macapá (AP).

Nesta sexta-feira, em depoimento à Polícia Civil do Estado de São Paulo, onde ocorreu a abordagem, Alberto Samuel disse que o dinheiro é "lícito, fruto de seu trabalho, bem como de transações comerciais particulares que realizava, entre elas a compra e a venda de automóveis". No depoimento, ao qual o R7 teve acesso, ele detalha que o dinheiro foi usado para pagar a um advogado um estudo jurídico contratado por ele.

Segundo o irmão de Alcolumbre, ficou combinado que o valor de R$ 500 mil seria repassado a um motorista de confiança do outro advogado. A abordagem ocorreu após a entrega da quantia, distribuída em duas bolsas de viagem. Ao perceber a ação, Alberto dirigiu-se até os policiais para prestar auxílio ao motorista. Os dois foram conduzidos à delegacia e liberados depois de prestar esclarecimentos.

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Alberto Samuel afirmou à polícia que decidiu fazer o pagamento em espécie, mas não explicou o motivo. Ao R7, Alberto afirmou estar "triste" com a situação e alegou não ter "problemas com Justiça", reafirmando que vai comprovar a licitude do dinheiro. "A resolução certamente será breve", disse, ao comentar o caso.

A reportagem também perguntou a Alberto sobre o crescimento patrimonial desde a época em que se candidatou até o momento atual e o motivo pelo qual ele optou por pagar em espécie os estudos jurídicos de outro advogado, mas ainda não obteve retorno. O advogado disse que atua na profissão há 20 anos e que passou a noite acordado falando com "mais de uma centena de amigos, respondendo às mensagens de solidariedade".

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Mais cedo, em nota, o senador Davi Alcolumbre afirmou, por meio de sua assessoria, "que tomou conhecimento do caso pela imprensa". "O senador afirmou que seu irmão deve explicar do que se trata e que, por ser advogado, o dinheiro encontrado está relacionado à atividade advocatícia", pontuou.

Confira o depoimento de Alberto Samuel na íntegra:

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"Declarou que contratou um estudo jurídico com um advogado chamado Dr. Felipe Antonioli ficando acordado o pagamento no valor de R$ 500.000 (quinhentos mil reais). Que decidiu fazer o pagamento em espécie e então o Dr. Felipe enviou um motorista da confiança dele, de prenome Sérgio, que chegaria dirigindo um Ford/Fusion preto, para pegar o dinheiro com o declarante, o que ocorreu nesta data (25/03/2022), nas proximidades do Sambódromo do Anhembi, onde participava de uma feira de acessórios automobilísticos.

A quantia foi entregue em duas bolsas de viagem e então o motorista Sérgio seguiu seu ruim, porém, notou que ele acabou sendo abordado por policiais logo adiante, na avenida do Sambódromo. Diante de tal cenário, na direção de seu automóvel particular, o declarante se aproximou do local da abordagem policial e perguntou para Sérgio se estava tudo bem. Neste momento, os policiais militares também o abordaram e passaram a questioná-lo se conhecia aquele motorista e se sabia algo a respeito da procedência do dinheiro localizado no Ford/Fusion.

Por sua vez, o declarante respondeu aos militares que conhecia Sérgio e que havia lhe entregado o numerário. Na sequência, foram todos conduzidos a esta delegacia para prestar esclarecimentos. Ressalta o declarante que referida quantia lhe pertence e é fruto de seu trabalho como advogado, bem como de transações comerciais particulares que realiza, dentre elas, a compra e venda de automóveis. Que tem como promover a procedência desta quantia, o que fará oportunamente por meio de seu advogado ainda no dia de hoje (25/03/2022).

Que acompanhou a contagem do numerário exibido realizada pelos policiais civis plantonistas e tomou conhecimento de que foi contabilizada a importância de R$ 499.970,00 (quatrocentos e noventa e nove mil, novecentos e setenta reais), mesmo valor que os policiais militares o informaram por ocasião da contagem por eles realizada. O declarante não contesta os valores apurados, acreditando ter se enganado quando procedeu a contagem.

Neste ato, tomou conhecimento de que o numerário em questão, bem como as duas bolsas em que estavam guardados, foram formalmente apreendidos para posteriores deliberações por parte da chefia desta unidade policial."

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