O Partido dos Trabalhadores e legendas aliadas marcaram audiência com o procurador-geral da República, Augusto Aras, para pedir a federalização das investigações sobre o crime que vitimou o guarda municipal Marcelo Aloízio de Arruda, filiado ao PT. A reunião está marcada para a próxima terça-feira (12), às 15h, em Brasília.
Na prática, o pedido envolve uma possibilidade descrita na Constituição, que prevê que o Procurador-Geral da República pode destinar inquéritos à Justiça Federal quando há grave violação de direitos humanos. Caso seja atendida, a solicitação vai tirar a investigação das forças policiais do Paraná.
O crime aconteceu na madrugada deste último domingo (10) quando Marcelo Aloízio de Arruda comemorava os 50 anos em uma festa temática do PT em Foz do Iguaçu. Imagens mostram que o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho para o carro em frente ao local, a sede da Associação Esportiva Segurança Física Itaipu (Aresf), os dois discutem, Marcelo joga pequenas pedras de um vaso de plantas e Jorge José saca uma arma.
No boletim de ocorrência, testemunhas relataram que Jorge José era desconhecido de todos no local. Ele teria parado o carro em frente ao clube social, com uma mulher e uma criança, gritado "aqui é Bolsonaro" e saído do local após a discussão. O policial penal retornou cerca de 20 minutos depois.
"Marcelo sacou sua arma de fogo e também se identificou como sendo guarda municipal. Jorge, ignorando isso, efetuou os dois primeiros disparos, acertando Marcelo que, revidando à injusta agressão, efetuou vários disparos atingindo Jorge", diz o boletim de ocorrência segundo informações colhidas com testemunhas da festa.
A Secretaria de Segurança Pública do Paraná inicialmente tinha divulgado que ambos haviam morrido. Jorge, porém, foi resgatado com vida e está estável. A Justiça do Paraná decretou a prisão preventiva dele. Vão participar da audiência com a PGR para federalizar a investigação os dirigentes dos partidos do PT, PSB, PCdoB, PSOL, PV, Solidariedade e Rede.