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Bem equipado, Wolverine não consegue tirar Bravo da lanterna do segmento

Série especial lançada em julho do ano passado custa a partir de R$ 59.896

Carros|Luiz Betti, do R7

Fiat lançou série especial Wolverine em julho do ano passado para tentar alavancar vendas do Bravo no Brasil
Fiat lançou série especial Wolverine em julho do ano passado para tentar alavancar vendas do Bravo no Brasil Fiat lançou série especial Wolverine em julho do ano passado para tentar alavancar vendas do Bravo no Brasil

Por que falar de um carro lançado há anos e que nunca deslanchou nas vendas? A resposta é simples: bem equipado e com visual (ainda) atraente, o Fiat Bravo acompanhou de camarote a renovação — e encarecimento — dos hatches médios nos últimos anos e, com preço abaixo da maioria dos rivais, é uma opção real para quem busca um exemplar na faixa dos R$ 50 mil com design elegante, lista de série recheada e motor mais animado.

De olho nesse público, a montadora italiana lançou em julho passado a linha Wolverine na versão de entrada Essence (R$ 56.730). Inspirada no mutante das histórias emquadrinhos, a série especial é, a exemplo do que ocorre no Uno College, um pacote de itens e adereços visuais a um preço fixo (R$ 3.166).

Por esse valor, o carro traz faróis com máscara negra, rodas de 17 polegadas, minissaias laterais, spoiler traseiro, soleira nas portas, adesivos externos e bordados nos bancos e tapetes com referências ao herói. Entre os itens, foram adicionados à lista de série três tipos de sensor (chuva, estacionamento traseiro e crepuscular), retrovisor interno eletrocrômico e sistema multimídia Blue&Me.

Interior bem acabado do Bravo Wolverine; ar bizone é opcional
Interior bem acabado do Bravo Wolverine; ar bizone é opcional Interior bem acabado do Bravo Wolverine; ar bizone é opcional

Tratamento de lorde

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Por dentro, chama atenção o bom acabamento geral das peças, que vai dos encaixes precisos do painel central ao teto com revestimento estofado — detalhe presente apenas em veículos mais sofisticados.

Entre os itens de série, há direção elétrica com comandos de som no volante, computador de bordo, piloto automático, retrovisores elétricos e ar-condicionado com saída aos ocupantes traseiros, que têm bom espaço para a cabeça e nem tanto para os joelhos (sobretudo o terceiro ocupante). O porta-malas, por sua vez, comporta 400 litros.

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Completam a ampla lista vidros elétricos com sistema um toque nas quatro portas, descansa braço central com compartimento refrigerado e luzes de leitura individuais. Ainda que “trate bem” os ocupantes, o Bravo revela nas virtudes o seu ponto fraco: cadê a pegada esportiva insinuada pelo visual apimentado?

Escola italiana: linhas sinuosas e arrojadas marcam design do Bravo
Escola italiana: linhas sinuosas e arrojadas marcam design do Bravo Escola italiana: linhas sinuosas e arrojadas marcam design do Bravo

Sem emoção

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Equipado com o propulsor 1.8 litro de 132 cavalos a 5.250 rpm e torque de 18,9 kgfm a 4.500 rpm da versão Essence, o Bravo Wolverine ganhou o mesmo acerto de suspensão das versões Sporting e T-Jet.

Porém, o ajuste esportivo não foi suficiente para transmitir emoção ao volante do modelo. Em curvas, a direção leve prejudica a interação do motorista com o carro, que em entradas mais vigorosas saiu levemente de traseira

Ao pisar no acelerador, o motor demora a embalar e a sensação é de que há menos torque disponível do que o carro dispõe — nesse quesito, falta um câmbio de engates mais curtos (ou uma opção automática pura).

Vale o quanto pesa?

Design arrojado, bom acabamento interno, ampla lista de itens de série e preço abaixo dos rivais. Nesse momento, alguém levanta a mão: “Mas do que adianta tudo isso, se ele não vende?”. Vejamos as estatísticas da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Em 2013, o Bravo emplacou 9.060 unidades (curiosamente, após a chegada da série Wolverine as vendas mensais caíram), contra 10.931 emplacamentos do Peugeot 308, o penúltimo colocado da categoria liderada pelo Chevrolet Cruze Hatch, que fechou o ano com 22.462 unidades vendidas.

Fiat Bravo Wolverine tem preços a partir de R$ 59.896
Fiat Bravo Wolverine tem preços a partir de R$ 59.896 Fiat Bravo Wolverine tem preços a partir de R$ 59.896

Nesse ponto, dois fatores que independem de suas qualidades e defeitos parecem jogar contra o modelo. O primeiro é a reputação da Fiat no segmento hatches médios, que remonta aos anos 90, quando uma falha no sistema hidráulico da direção do Tipo causou incêndio em centenas de modelos, e transita pelos malsucedidos Brava e Stilo nos anos 2000.

Reflexo direto do primeiro, as vendas em baixa tendem a transmitir a sensação (na maioria dos casos, correta) de maior desvalorização e menor vida útil do modelo — fatores esses que, num país como o Brasil onde a ideia de custo benefício se estende ao pós venda, podem ser determinantes para o (in)sucesso do carro. 

Dessa forma, recuperar o mercado no segmento dos hatches médios parece depender muito mais de uma reestruturação estratégica da montadora no segmento do que da presença de um popular herói de quadrinhos.

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