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Anistia Internacional critica impunidade após mortes cometidas por policiais no Brasil 

ONG também expõe em relatório as péssimas condições do sistema carcerário brasileiro

Cidades|Do R7

Protesto da ONG no Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro, no ano passado
Protesto da ONG no Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro, no ano passado Protesto da ONG no Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro, no ano passado

No relatório divulgado nesta terça-feira (23) pela Anistia Internacional o Brasil é apontado como um País onde ocorrem graves violações aos direitos humanos. Três pontos mereceram destaque no texto: homicídios cometidos pela polícia, repressão a manifestações de rua e tortura em presídios.

O documento “O Estado dos Direitos Humanos no Mundo” 2015/2016 critica diretamente o Estado brasileiro pela morosidade para tomar medidas que revertam a situação: “A segurança pública e o alto número de homicídios de jovens negros continuaram entre as maiores preocupações. O governo não apresentou um plano nacional concreto para a redução dos homicídios no País, apesar de ter anunciado em julho que o faria”.

O documento traz números do Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2014, segundo o qual 58 mil pessoas foram vítimas de homicídios naquele ano; 298 eram policiais e mais de 3.000 foram mortos pela polícia – um aumento de quase 37% em relação a 2013.

Execuções Policiais

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Os homicídios cometidos por policiais em serviço raramente foram investigados, segundo a ONG. Os relatos de que os agentes envolvidos tentavam alterar a cena do crime e criminalizar as vítimas eram frequentes, além dos policiais tentarem justificar as mortes como atos de legítima defesa. O texto usou como exemplo casos notórios, como o de um menino de 13 anos morto durante uma operação policial em Manguinhos e um adolescente, de 16, executado a tiros na Maré, duas favelas do Rio de Janeiro.

Outro caso que a organização cita é o de Eduardo de Jesus Ferreira, um menino de 10 anos executado por policiais militares na frente de sua casa, no Complexo do Alemão, também no Rio de Janeiro, no dia 2 de abril. Os agentes tentaram adulterar a cena do crime e remover seu corpo, mas foram impedidos por vizinhos e familiares de Eduardo. Após receberem ameaças de morte, a mãe da vítima e outros membros da família tiveram que deixar a cidade, segundo o documento.

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O relatório expõe, ainda, que pelo menos 18 pessoas foram mortas numa única noite, na cidade de Osasco, região metropolitana de São Paulo. As investigações iniciais apontavam o envolvimento de policiais militares, segundo o documento.

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Impunidade

A Anistia também destaca que “policiais responsáveis por execuções extrajudiciais desfrutaram de quase total impunidade”. De acordo com o relatório, das 220 investigações sobre homicídios cometidos por policiais abertas em 2011 no Rio de Janeiro, em apenas um caso o agente foi indiciado até o fim de 2015.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito foi instalada na Assembleia Legislativa da capital fluminense para investigar os homicídios cometidos por policiais e tem sua conclusão prevista para maio de 2016. De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, todos os casos de homicídios cometidos pela polícia seriam investigados pela Divisão de Homicídios.

Presídios

O relatório também aborda “superlotação extrema, condições degradantes, tortura e violência” na qual se encontra o atual sistema carcerário brasileiro. Como exemplo, são citadas as condições cruéis da Penitenciária de Pedrinhas, no Maranhão.

A ONG fala, ainda, sobre as rebeliões carcerárias, bem como a ocorrida no presídio de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, em outubro, com saldo de três detentos mortos.

De acordo com o relatório, a presidente Dilma Rousseff nomeou 11 especialistas para o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. O grupo integra o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, e seu mandato incluirá visitas e inspeções a locais de detenção.

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