Subiu para três o número de mortos em rebelião no Complexo Prisional do Curado, no Recife (PE). Nesta terça-feira (20), um detento foi decapitado. Além dele, o primeiro sargento da Polícia Militar Carlos Silveira do Carmo e o preso Edvaldo Barros da Silva Filho também morreram, segundo balanço divulgado pela Secretaria de Justiça de Pernambuco. Ainda de acordo com a pasta, o número de feridos chega a 72.
Os presos reivindicam mais agilidade da Justiça, diante da demora no andamento de processose, e reclamam da superlotação do presídio.
Medidas emergenciais foram anunciadas na semana passada pelo governo estadual, depois que o secretário-executivo de Ressocialização, Humberto Inojosa, renunciou ao cargo após a divulgação de imagens na TV Globo, no dia 7, de presos com facões e celulares no presídio, o maior do Estado. PMs fizeram uma revista e recolheram 121 armas brancas — facões, facas e foices —, 14 celulares, carregadores e pen drives. No complexo prisional, com capacidade para 350 presidiários, há 1.900 presos.
Há uma semana, o governo estadual anunciou a conclusão e entrega do Complexo de Tacaimbó, da Cadeia de Santa Cruz do Capibaribe e do presídio de Itaquitinga (todos no interior do Estado), além de reforma e ampliação do Complexo do Curado. O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, avaliou haver "uma crise instalada no sistema prisional nacional". Ele dividiu a responsabilidade da segurança pública com o governo federal.
— A área está renegada pelo governo federal.
Segundo ele, o Estado conta hoje com 12 mil vagas para 32 mil presos. Em 2007, a população carcerária era de "pouco mais de 10 mil."