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Com crise, brasileiro troca sanduíche de queijo branco e vitamina por café e pão na chapa na padaria

Consumidor diminui tíquete médio, mas conserva hábito do café da manhã fora de casa

Economia|Raphael Hakime, do R7

Brasileiro troca café da manhã requintado por café e pão na chapa
Brasileiro troca café da manhã requintado por café e pão na chapa Brasileiro troca café da manhã requintado por café e pão na chapa

Já é hábito do brasileiro e, sobretudo, do paulistano: café da manhã é na padaria! Apesar da crise econômica e da alta de 8,3% neste ano para manter esse hábito na rotina, segundo a inflação oficial, o brasileiro não abre mão de fazer a primeira alimentação do dia no balcão da padaria.

Para aliviar o bolso, porém, o consumidor trocou o sanduíche de queijo branco e a vitamina por um café com leite e o tradicional pão com manteiga, explica o presidente do Sindipan (Sindicato da Panificação), Antero José Pereira.

— Aquele cidadão que chegava na padaria e pedia um sanduíche de queijo branco e uma vitamina ou um suco de laranja, agora pede um café com leite e um pão com manteiga ou uma média e um pão com manteiga. Houve uma redução no tíquete médio dentro da padaria.

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Além de perceber a substituição do pedido do cliente, as padarias também sentiram uma diminuição nas vendas de itens mais sofisticados, como vinhos, embutidos e almoços, de acordo com Pereira.

Pãozinho francês

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Por outro lado, as vendas de pãozinho francês continuam em alta e o produto driblou a crise econômica — só em São Paulo, são mais de 15 milhões de unidades vendidas todos os dias. Embora o Brasil compre o trigo principalmente da Argentina, Canadá e Estados Unidos e o preço do insumo seja cotado em dólar, o preço do pão se manterá estável em 2015, garante o presidente do Sindipan.

— Apesar de ser usado para determinar o preço da farinha, o dólar ainda não nos afetou. Hoje temos um preço da farinha praticamente igual ao do ano passado. [...] O mundo está abarrotado de trigo. Com isso, mesmo com a desvalorização do real frente ao dólar, o trigo se manteve estável e os nossos moinhos conseguiram manter a estabilidade da farinha.

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Pereira admite que, se as padarias tivessem que repassar a escalada da moeda americana para o consumidor, “haveria aumento do pãozinho de mais de 50% e o pão estaria na estratosfera”. Apesar de o dólar não afetar no preço do pão, Pereira ressalta que outros custos subiram nos últimos meses.

— Os maiores custos que temos dentro da padaria para fazer o pão é a energia elétrica, que aumentou quase 80% em São Paulo, a água, que varia muito por causa dos programas de economia do governo; e a mão de obra, que está recebendo um pouco melhor porque as padarias não querem perder os profissionais bem qualificados.

Postos de trabalho

Embora o último dado do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indique o pior resultado do desemprego para o mês de junho dos últimos cinco anos, o setor de panificação não demitiu em massa e consegue manter o nível de empregos formais. O motivo, segundo o presidente do Sindipan, é a dificuldade de qualificação da mão de obra para o setor.

— O setor da panificação não está admitindo, mas também não está demitindo a mão de obra existente. Embora algumas [padarias] precisassem demitir, a gente sabe da dificuldade que existe na formação de outra mão de obra. Capacitar novamente demora muito. 

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