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Em vez de só subir juros, governo deveria gastar menos para conter inflação

Especialistas dizem que alta da taxa básica afeta crescimento da economia e prejudica o País

Economia|Joyce Carla, do R7

A nova taxa definida na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) não terá um efeito tão pesado no primeiro momento
A nova taxa definida na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) não terá um efeito tão pesado no primeiro momento A nova taxa definida na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) não terá um efeito tão pesado no primeiro momento

O BC (Banco Central) aumentou os juros básicos pela nona vez seguida, a Selic, que chegou a 11% ao ano. Para especialistas entrevistados pelo R7, em vez de apenas subir os juros, o governo deveria gastar menos para ajudar a conter a inflação, já que a alta da Selic atrapalha o crescimento econômico do País.

Além dos juros definidos pelo BC, o governo tem segurado o reajuste de alguns preços, como a tarifa de energia e os combustíveis, para que a inflação não dispare. Mas essa medida é condenada por alguns economistas.

De acordo com o diretor-executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira, ao adiar o reajuste dos preços ao consumidor, o governo evita problemas com os eleitores, mas desarranja a economia.

O diretor da Escola de Investimentos Leandro & Stormer, Leandro Ruschel, afirma que esse é o maior erro do governo, pois isso gera custos adicionais ao Tesouro Nacional por meio dos subsídios e acelera a alta de preços mais à frente.

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— Isso é ineficiente e só empurra o problema com a barriga.

Alta dos juros básicos é criticada por empresários e trabalhadores

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A nova taxa definida na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) não terá um efeito tão pesado no primeiro momento. O assessor econômico da Fecomercio SP, Fabio Pina, afirma que isso acontece porque os juros de longo prazo já estão nos preços dos produtos.

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— As altas que estão acontecendo nos últimos meses já estão surtindo efeito antes do ciclo de aumento. O efeito se dá quando a expectativa chega.

O presidente da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), Roque Pellizzaro Junior, afirma que o governo brasileiro precisa fazer um sacrifício político e enxugar as despesas públicas para controlar a inflação.

— O aumento de juros é um mecanismo que deve ser acionado somente em último caso, porque esfria a economia, restringe o crédito e piora a situação das famílias. O governo precisa arrochar as contas públicas e fazer o dever de casa, principalmente em se tratando de um ano eleitoral.

Baixo crescimento econômico

Mesmo com o aumento na Selic (de 7,25% ao ano, em março de 2013, para 11% ao ano agora), a inflação nesse período não tem recuado conforme o esperado. Em março, o acumulado em 12 meses chegou a 5,68%, bem acima do centro da meta do governo, que é de 4,5%.

Para resolver o problema no curto prazo, os economistas dizem que é preciso usar a política monetária, ou seja, subir os juros. Segundo Pina, a medida reduz a demanda e atrai um pouco de câmbio, o que ajuda a reduzir a inflação. Mas afeta o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

O coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina, Reginaldo Gonçalves, explica que os juros altos deixam o financiamento mais caro, prejudicando empresas endividadas. Já as empresas que queriam expandir começam a repensar porque não conseguiriam repassar os custos em alta para os consumidores.

— Mesmo em doses homeopáticas, a alta dos juros afeta o PIB. E se continuar assim, sem crescimento econômico, as empresas vão precisar cortar postos de trabalho.

Segundo o professor de Finanças do Ibmec RJ, Gilberto Braga, os juros desestimulam o consumo, o que afeta o crescimento do PIB. Ainda assim, Braga não acredita que o ciclo de alta dos juros se encerre neste mês.

— O PIB baixo é inexorável para o quadro que se projeta neste ano. O primeiro trimestre não é alentador e não há nada que diga que pode ser revertido nos próximos meses. Seguindo o boletim Focus, o crescimento esperado para este ano é abaixo de 2%.

Ata do Copom

Mesmo após a decisão tomada nesta quarta-feira, a reunião do Copom traz a expectativa pela ata da reunião, que será divulgada na próxima semana. No documento, o comitê deve dar indicativos se o ciclo de alta se encerrou ou se continuará.

Para Braga, ainda é possível ter novos aumentos já que a inflação não vem cedendo e, com os eventos deste ano, é provável que haja mais pressão nos preços. Ruschel, por outro lado, afirma que o ciclo de aperto monetário já vem há alguns meses e que muitos acreditam que será o último ajuste por alguns meses.

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