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Entenda como o crescimento de 1% no PIB afeta o consumidor e a economia

Desempenho positivo se deu graças ao setor de serviços, que registrou alta de 3,7% frente ao primeiro trimestre do ano passado

Economia|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Dinheiro: inflação deteriora expectativas para melhora da economia
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O crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano, divulgado nesta quinta-feira (2), animou o governo federal, revelou a alta da atividade econômica puxada pela retomada do setor de serviços e, no cenário mais otimista, impacta na confiança dos empresários e na geração de empregos. Em valores correntes, o PIB, que é a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, chegou a R$ 2,249 trilhões de janeiro a março.

"O que as pessoas podem sentir em um primeiro momento é o aumento da oferta de emprego, na medida em que a economia cresce, cresce também a demanda por trabalhadores, e as pessoas sentem essa renda disponível", explica o economista Cláudio Considera, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV). 

Ele destaca que o desempenho positivo no setor de serviços, que registrou alta de 3,7% frente ao primeiro trimestre do ano passado, temn relação direta com a vacinação. Isso porque os negócios que foram impactados pela pandemia de Covid-19 voltaram a funcionar à medida que a vcacinação avançava. 

Dentro do setor de serviços, o maior crescimento, de 2,2%, foi o ligado ao consumo das famílias, como alojamento e alimentação, justamente os que tiveram demanda reprimida durante a pandemia. 

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Leia também: Paulo Guedes comemora alta de 1% no PIB: 'Economia crescendo'

"Esse crescimento já impactou no desemprego, que foi menor por causa do setor de serviços, que está empregando mais. Em um outro ponto, as pessoas que estão desempregadas também podem se sentir mais animadas para procurar um emprego porque tem mais espaço para crescer", comenta.

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A taxa de desemprego no Brasil fechou o trimestre encerrado em abril de 2022 em 10,5%, o menor percentual para o período desde 2015, de acordo com dados divulgados na última terça-feira (31) pelo IBGE.

Mas para o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), José Oureiro, apesar de ter impacto nos números do desemprego, o cenário de inflação, juros altos, tensões políticas internacionais e a proximidade das eleições deterioram as expectativas de manutenção do crescimento econômico nos próximos trimestres.

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"É pouco provável que esse ritmo de crescimento se mantenha. Existem previsões de que o Brasil vai entrar em uma recessão técnica no segundo semestre de 2022, que é um crescimento negativo por três trimestres. A maioria dos economistas faz a previsão de que o crescimento do país feche o ano abaixo de 1%", avalia. 

Essa possibilidade foi afastada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira (2). Em conversa exclusiva com o Blog do Nolasco, o chefe da pasta afirmou que o "crescimento do PIB descredencia todas as estimativas de recessão". Para o ministro, economistas do mercado financeiro "erraram outra vez".

Antes disso, na chegada ao Ministério da Economia, Guedes repetiu algumas vezes: "PIB para cima, desemprego para baixo. Inflação para baixo e economia crescendo", disse ao ser questionado pelos jornalistas sobre o resultado do crescimento econômico.

Os dados divulgados nesta quinta pelo IBGE mostram que a economia nacional figura em patamar 1,6% acima do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia. Ainda assim, o nível é 1,7% inferior ao ponto mais alto da atividade econômica do país, registrado nos três primeiros meses de 2014. Em 2021, o PIB nacional cresceu 4,6% ao atingir R$ 8,7 trilhões. A alta confirmou a recuperação das perdas de 2020, quando a economia brasileira encolheu 3,9% devido à pandemia do novo coronavírus.

Comparação anual

Na comparação anual, a agropecuária teve queda de 8%, resultado que pode ser explicado pela diminuição na estimativa da produção de algumas culturas cujas safras são importantes no primeiro trimestre, como as de soja e de arroz. A indústria também teve queda nessa base de comparação (-1,5%), influenciada pelas retrações da indústria da transformação (-4,7%) e das indústrias extrativas (-2,4%).

O recuo da indústria de transformação foi influenciado pela menor fabricação de máquinas e aparelhos elétricos, fabricação de produtos de metal, fabricação de produtos de borracha e material plástico, indústria moveleira e farmacêutica.

Também frente ao primeiro trimestre do ano passado, os serviços avançaram 3,7%, com alta na maior parte de suas atividades, com destaque para outras atividades de serviços (+12,6%), impactadas pela retomada da demanda por serviços presenciais,

Transporte, armazenagem e correio (+9,4%), informação e comunicação (+5,5%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (+2,9%) e atividades Imobiliárias (0,3%) também apresentaram expansão. Na contramão, atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-1,6%) e comércio (-1,5%) perderam espaço no período.

Confira os destaques do PIB

Serviços: 1%

Indústria: 0,1%

Agropecuária: -0,9%

Consumo das famílias: 0,7%

Investimentos: -3,5%

Exportações: 5%

Importação: -4,6%

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