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Juros baixos exigem que investidores corram mais risco

Taxa básica de juros da economia brasileira figura no patamar de 6,5% ao ano desde março do ano passado

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Mais arriscada, renda variável pode render lucro maior
Mais arriscada, renda variável pode render lucro maior Mais arriscada, renda variável pode render lucro maior

Mantida no menor patamar da história desde março de 2018, a taxa básica de juros da economia brasileira já obriga que investidores recorram a aplicações mais arriscadas para conquistar lucros significativos.

"Dentro do planejamento financeiro, todo o mundo tem que correr risco", afirma o financista do Canal 1Bilhão Educação Financeira, Fabrizio Gueratto.

"Correr risco não é necessariamente uma coisa ruim. Às vezes, você deixar todo o seu patrimônio na renda fixa é a coisa mais arriscada que você pode fazer, porque você tem certeza de que seu patrimônio vai desvalorizar ao longo dos anos", avalia Gueratto.

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O diretor comercial da corretora Easynvest, Fabio Macedo, por sua vez, diz já ter percebido que alguns investidores da plataforma não encaram mais o atual patamar de juros do mercado como satisfatório. "Nós começamos a verificar uma migração para produtos um pouco mais arriscados, como fundos de investimento", destaca Macedo.

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A inflação controlada e abaixo da meta do governo aparece como uma das justificativas dadas pelo BC (Banco Central) para manter a taxa Selic no patamar de 6,5% ao ano pela sétima vez consecutiva.

Apesar de refletir um ganho percentual menor nos investimentos, a economista-chefe do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), Marcela Kawauti, afirma que os números apontam para lucros quase semelhantes aos de quando a taxa básica de juros figurava na casa dos dois dígitos.

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"Às vezes, as pessoas comparam com a Selic a 14% ao ano, mas naquela época a inflação era de 11% [no acumulado de 12 meses]. Então, você tinha cerca de 3% em juros reais e agora temos aproximadamente 2,5%. Os juros são menores, mas a inflação atual também é", explica Marcela, que classifica o momento atual como positivo para quem quer investir em renda variável.

"Acho que é uma boa hora para começar a olhar para o lado e sair um pouco da renda fixa, que tem ficado menos atraente, mas sempre com muita cautela", analisa a economista-chefe do SPC Brasil.

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Planejamento

Ainda que o momento seja favorável para aplicar em investimentos mais arriscados, os especialistas ouvidos pelo R7 alertam para que sejam destinados às aplicações de renda variável apenas valores que não serão utilizados nos próximos meses.

“Não adianta a pessoa acreditar na alta da Bolsa nos próximos meses e ter um objetivo de curto prazo. [...] Por mais que ela tenha uma tendência de alta no longo prazo, em três meses é possível resgatar um valor menor do que o aplicado”, orienta Macedo, da Easynvest.

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Para evitar que os recursos destinados aos investimentos de alto risco possam virar uma dor de cabeça, Marcela recomenda que seja criada uma reserva de emergência para possíveis imprevistos futuros.

“Se eu não tenho nenhuma reserva, e a primeira reserva que eu vou fazer vai ser para imprevistos, não é hora de aplicar em renda variável”, afirma a economista-chefe do SPC.

De acordo com Gueratto, o “cofre de segurança” deve ser composto por recursos suficientes para arcar com as despesas pessoais por um período de, no mínimo, seis meses. "Atingido esse primeiro objetivo financeiro, você passa a fazer um planejamento da diversificação, no qual você tem que correr risco", recomenda o financista.

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