Anunciado nesta quinta-feira (27) como novo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, o economista Nelson Barbosa afirmou hoje que a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros é o “objetivo principal da politica econômica”.
Escolhido pela presidente Dilma Rousseff para substituir a atual ministra Miriam Belchior, Barbosa terá a missão de cuidar dos grandes projetos de investimento do Brasil, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Minha Casa Minha Vida, mas sem descuidar das contas públicas, já que, em 2014, o governo gastou mais do que arrecadou — a estratégia de puxar o crescimento por meio de investimentos não conseguiu alavancar o PIB no primeiro mandato da petista.
Em seu pronunciamento na tarde de hoje em Brasília, Barbosa declarou que vai trabalhar “especialmente em iniciativas para aumentar a taxa de investimento na economia, para aumentar a renda per capita com estabilidade monetária”.
Segundo Barbosa, ele irá adequar “proposta orçamentaria de 2015 a um novo quadro econômico”. Em outras palavras, isso significa que o governo deve cortar gastos, como as desonerações tributárias, que, nos primeiros dez meses do ano, somaram quase R$ 85 bilhões, e são uma das principais responsáveis pelo mau desempenho fiscal do governo. Entre elas, estão a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de veículos, que termina neste ano, e a das folhas de pagamento de diversos setores, que ainda continua.
— Trabalharei na melhoria da eficiência do gasto público, mediante modernização da gestão e em colaboração com demais ministros.
Um olho no social e outro no fiscal
Ex-secretário executivo do Ministério do Fazenda, Barbosa vai suceder à ministra Miriam Belchior, que assumiu o cargo em janeiro de 2011.
Professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e doutor em economia pela New School for Social Research, nos Estados Unidos, Barbosa participou da equipe econômica nos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2003, integrou a equipe de Guido Mantega no Ministério do Planejamento. De 2004 a 2006, trabalhou no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), também junto com Mantega.
No Ministério da Fazenda, Barbosa esteve à frente da Secretaria de Acompanhamento Econômico, em 2007 e 2008, e da Secretaria de Política Econômica, de 2008 a 2010. No cargo de secretário executivo da pasta no governo Dilma, elaborou estudos de medidas de desoneração para estimular a economia e formulou uma minirreforma tributária para acabar gradualmente com a guerra fiscal entre os estados.
Um dos principais responsáveis pela proposta de unificação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) interestadual, cuja tramitação está parada no Senado, Barbosa exerceu o papel de interlocutor do governo federal com o Congresso Nacional e os secretários de Fazenda dos 26 Estados e do Distrito Federal. Também participou da preparação de programas prioritários para o governo, como o PAC e o Minha Casa, Minha Vida.
Nos últimos anos, elaborou estudos de medidas de desoneração para estimular a economia, como reduções de impostos para automóveis, linha branca e materiais de construção. Em junho do ano passado, Barbosa deixou o governo alegando razões pessoais. Desde então, dava aulas na Escola de Economia de São Paulo da FGV (Fundação Getulio Vargas).
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