Testes e simulados são bons treinos para os alunos, mas devem conviver com outras formas de avaliação, dizem educadores. Se exagerada, a cobrança por resultados pode causar efeito contrário: jovens inseguros, competitivos e despreparados. Outro alerta é sobre não começar o processo antes da hora.
Andrea Ramal, especialista em educação, afirma que as provas são mais eficientes que a leitura de textos para fixar o conteúdo.
— E como o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio] e os vestibulares são situações de alta tensão, quanto mais ele dominar esse processos, melhor.
Outra vantagem, de acordo com Andrea, é a possibilidade de avaliação constante, em que o professor pode diagnosticar as dificuldades dos estudantes enquanto dá as aulas.
— Mas, se for classificatório, colocando um aluno em primeiro lugar e outro em último, é ruim.
Professora da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo), Silvia Colello afirma que alguns colégios deslocam o foco para os exames. "O aluno não estuda para aprender", diz. "Muitas escolas têm uma postura de criar experts em provas. No entanto, o extremo oposto é outro risco", segundo ela.
— São necessárias essas situações formais de avaliação.
Na opinião de Silvia, antecipar simulados para o fundamental é prejudicial.
— Temos de pensar a escola para cada ano, cada aluno. A criança acaba abrindo mão de sua curiosidade natural para se submeter a um ensino conteudista.
A cobrança precoce, afirma, pode tornar o aluno mais individualista e competitivo.
— Vejo que isso também acontece por pressão dos pais.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Leia mais notícias de Educação
Jeitinho brasileiro não ajuda alunos a resolverem problemas em grupo na escola