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Governo Paes e Pedro Paulo são alvos de ataque em debate no Rio

Atritos entre candidatos e política nacional também marcaram o debate

Eleições 2016|Do R7

Marcelo Crivella (PRB), Flávio Bolsonaro (PSC) e Alessandro Molon (Rede) participaram do debate
Marcelo Crivella (PRB), Flávio Bolsonaro (PSC) e Alessandro Molon (Rede) participaram do debate Marcelo Crivella (PRB), Flávio Bolsonaro (PSC) e Alessandro Molon (Rede) participaram do debate

O segundo debate eleitoral à Prefeitura do Rio de Janeiro foi marcado por atritos entre os candidatos, mas Pedro Paulo (PMDB) e a gestão de Eduardo Paes (PMDB), seu padrinho político, foram os principais alvos das críticas. O impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também voltou à berlinda, em momentos em que a operação Lava Jato e acusações de golpe foram evocadas.

O debate, realizado pela RedeTV, UOL e Veja na noite de sexta-feira (9), teve a participação de oito candidatos, com a inclusão dessa vez de Marcelo Freixo (PSOl) que havia ficado de fora do debate da TV Bandeirantes.

Leia também: Crivella segue na liderança na disputa e 5 candidatos empatam no 2º lugar, diz Datafolha

Educação, saneamento e mobilidade urbana foram os principais temas elegidos pelos candidatos.

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No primeiro embate direito entre Pedro Paulo e Marcelo Crivella (PRB), o candidato do PMDB questionou o concorrente sobre saneamento básico e tratamento de esgoto. Crivella apontou que, só na comunidade da Rocinha, há 31 valões com esgoto. Ele defendeu a coleta de lixo seletiva e a contratação de garis das comunidades para limpeza desses locais.

Pedro Paulo (PMDB) e Jandira Feghali (PCdoB) no debate
Pedro Paulo (PMDB) e Jandira Feghali (PCdoB) no debate Pedro Paulo (PMDB) e Jandira Feghali (PCdoB) no debate

Pedro Paulo apontou que, na gestão Paes, 600 mil pessoas passaram a ter esgoto tratado na zona oeste do Rio e que, se eleito, seu objetivo será ampliar o sanemanto, ao que Crivella devolveu: "Quem não fez em oito anos não acredite que vai colocar como prioridade para fazer no próximo período".

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Em seguida, Crivella questionou Freixo sobre denúncia de que a campanha de Pedro Paulo transformou um estudo de uma empresa contratada pela prefeitura em seu plano de governo. O candidato do PSOL afirmou que fez uma representação sobre o caso na Justiça e atacou: "Não tiveram o cuidado nem de mudar uma vírgula. Ou seja, não tem programa de governo. A justificativa feita foi de que o documento é público. Houve abuso de poder, [o estudo foi] pago com dinheiro público".

Para Freixo, o episódio revela o caráter "golpista" da atual gestão, uma das referências ao cenário político federal. Crivella arrematou afirmando que "as empresas da Lava Jato sentaram com a prefeitura e determinaram o que era de interesse delas".

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Carlos Osório (PSDB) provocou Jandira Feghali (PCdoB), que inúmeras vezes defendeu o governo Lula e Dilma, ao questioná-la se, caso fosse eleita, adotaria no Rio de Janeiro "o modelo [econômico] que quebrou o País". Jandira rebateu dizendo que "o modelo que quebra o País é o modelo do governo que o senhor apoia", em referência à gestão de Michel Temer (PMDB), e citou cortes de repasses para cidades e Estados. O candidato tucano aproveitou o tema desemprego para propor um programa de saneamento em que cada R$ 1 bilhão investido criaria 57 mil empregos.

Jandira também foi questionada sobre qual seria a relação de uma eventual administração municipal sua ante os governos estadual e federal. A candidata do PCdoB observou que a política nacional tem impacto nas cidades e lembrou repasses do governo Dilma ao Rio. "Eu uso o [botton] Fora Temer porque um golpe de Estado não é aceitável em lugar nenhum. Espero que a gente consiga tirá-lo ainda nesse ano. Todo mundo já entendeu o significado desse governo. Se [Michel Temer] lá permanecer, estabelecerei relações administrativas."

Ao questionar Alessandro Molon (Rede) sobre saúde pública, a candidata do PCdoB criticou o modelo de OSs (organizações sociais) na gestão de unidades públicas de saúde e defendeu a ampliação de clínicas da família. Molon aproveitou o tema para ironizar a defesa do candidato peemedebista à gestão Paes: "Está difícil morar no Rio. Bom mesmo é morar no 'Planeta Pedro Paulo', em que tudo vai bem."

Molon citou "contratações de OSs dos amigos" como exemplo de falta transparência da prefeitura. "Enquanto isso as pessoas estão nas filas dos hospitais, sem remédios e o dinheiro sendo roubado por algumas OSs contratadas sem licitação."

Índio da Costa (PSD) e Marcelo Freixo (PSOl), que participou do primeiro debate após liberação do STF (Supremo Tribunal Federal)
Índio da Costa (PSD) e Marcelo Freixo (PSOl), que participou do primeiro debate após liberação do STF (Supremo Tribunal Federal) Índio da Costa (PSD) e Marcelo Freixo (PSOl), que participou do primeiro debate após liberação do STF (Supremo Tribunal Federal)

Flávio Bolsonaro (PSC) e Índio da Costa (PSD) também protagonizaram momento de atrito, quando o primeiro questionou Índio se doações eleitorais feitas a ele por empresas foram, mais tarde, revertidas em favores na prefeitura. Índio respondeu que todas as doações à sua campanha foram feitas dentro da lei, em época na qual contribuições de empresas eram permitidas, e alfientou Bolsonaro: "Eu não faço marketing de extrema dierita para ter votos, não opero na extrema direita".

O candidato do PSC disse que não quer o dinheiro do eleitor, mas a sua confiança. "É possível fazer política de forma independente. Nessa eleição, não quero R$ 1 de doação de ninguém."

Índio aproveitou o tema para atacar Pedro Paulo trazendo à baila informação publicada na imprensa de que mais de 50 servidores municipais doaram, cada um, R$ 5.000 à campanha do peemedebista (a Promotoria Eleitoral investiga a legalidade dessas doações).

Uber e vídeo polêmico

Ao responder a uma pergunta de jornalista, Pedro Paulo disse ser contra o aplicativo de transporte individual Uber — no primeiro debate, a maioria dos candidatos que puderam opinar sobre o tema se disseram favoráveis ao aplicativo — e defendeu investimentos em transporte de massa, como a ampliação do BRT Transbrasil até Deodoro e Santa Cruz (zona oeste) e a extensão do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) do Aeroporto Santos Dumont (centro) até a Gávea (zona sul) — essa última proposta foi apontada por Carlos Osório como "inexequível", além de ser criticada por correr no mesmo sentido da linha 1 do metrô.

Episódio que veio recentemente a público envolvendo Eduardo Paes na inauguração de um conjunto habitacional em comunidade da zona sul carioca também foi lembrado no debate desta sexta-feira. No momento da pergunta do público, uma mulher questionou Freixo sobre a falta de merenda na escola de seus filhos. O candidato do PSOL destacou "o relato sincero e honesto de uma mulher negra" e fez referência à polêmica conversa de Paes com uma moradora em que ele sugere a ela "trepar muito nesse quartinho” ao entregar a chave do apartamento.

Pedro Paulo chegou ainda a pedir direito de resposta, que não foi concedido pela emissora, quando Índio da Costa afirmou, sem citar o nome do peemedebista, que "quem bate em mulher não deveria gerir uma cidade". O caso envolvendo denúncia de agressão de Pedro Paulo a sua ex-mulher foi arquivado pelo Surpremo Tribunal Federal, após ela negar ter sido agredida.

Em defesa às críticas à gestão de Paes, Pedro Paulo afirmou ter tido "a honra de ser chefe da Casa Civil e seu secretário de Governo".

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