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Entenda como o terremoto fez o solo ficar líquido na Indonésia

O fenômeno da liquefação do solo se seguiu ao terremoto da última sexta e fez casas, árvores e até antenas de telefonia boiarem numa grande enxurrada

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Imagem aérea mostra trecho de solo que passou por liquefação e deslizou em Palu
Imagem aérea mostra trecho de solo que passou por liquefação e deslizou em Palu Imagem aérea mostra trecho de solo que passou por liquefação e deslizou em Palu

As imagens são impressionantes. De um telhado, um morador da ilha Sulawesi registra o momento que uma casa passa boiando em uma enxurrada. Em seguida, novas casas, árvores e até uma antena de telefonia. Por fim, a casa onde o homem está também vai embora em meio a um rio de lama.

O vídeo, feito após o terremoto de 7.5 graus que aconteceu na manhã da última sexta-feira (28), seguido de um tsunami que arrasou as cidades de Palu e Dongala, na ilha de Sulawesi, na Indonésia, ilustra o poder de destruição de um terceiro desastre natural: a liquefação do solo. Veja as imagens abaixo:

Segundo o geólogo Tito Aureliano, pesquisador da Unicamp, a liquefação não acontece por causa da ação do tsunami. Na realidade, os dois desastres atingiram a região paralelamente e causaram mais de 1400 mortes, até o momento.

"Esse fenômeno não é causado pelo tsunami, mas pela mesma razão. Essa região da Indonésia tem muitos tremores e, toda vez que um terremoto forte acontece, corre o risco de acontecer todos esses fenômenos associados: vulcanismo, tsunami e liquefação e deslizamento de lama dos morros", explica ele.

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Excesso de água, solo com areia

O excesso de água em um solo repleto de areia, como acontece em regiões costeiras e arquipélagos como a Indonésia, agitado pelo terremoto, fez tudo virar lama, afirma Aureliano.

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"A liquefação ocorreu porque, quando ocorreu o terremoto que gerou o tsunami, o solo estava muito saturado e úmido. Quando tem uma pressão muito forte de repente, ele se comporta como líquido, como se fosse uma papa. É um fenômeno muito perigoso, que acontece onde há tremores fortes", diz.

Para piorar, o geólogo destaca que vários morros ao redor de Palu vieram abaixo por causa do tremor, de um jeito semelhante aos deslizamentos que acontecem no Brasil.

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"O deslizamento dos morros aconteceu de uma maneira parecida em Palu. Quando ocorreu o tremor, o solo que já estava cheio d'água veio abaixo. Então teve a liquefação, o tsunami e o escorregamento dos morros. Por isso arrasou a cidade, ela estava num local vulnerável", lamenta.

Outros casos de liquefação

Segundo Aureliano, várias regiões na costa da Argentina registram fenômenos de liquefação, em escala menor do que aconteceu na Indonésia. "É um fenômeno perigoso, que cria areia movediça", alerta.

A liquefação do solo causou mortes e prejuízos em larga escala no Japão, após o terremoto seguido de tsunami de 11 de março de 2011, de 9.0 graus na escala Richter, o mesmo que causou o acidente nuclear na usina de Fukushima.

Em Urayasu, perto de Tóquio, o tremor fez 86% do solo da cidade de tornar líquido. O estrago foi catastrófico: quase 16 mil pessoas morreram, a infraestrutura ficou completamente destruída e o conserto levou mais de 6 anos.

Veja abaixo mais imagens do estrago causado pelo terremoto e o tsunami na Indonésia:

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