Os pais e familiares dos 43 estudantes desaparecidos há quatro meses no México rechaçaram a versão oficial divulgada nesta terça-feira, dia 27, de que eles foram assassinados. O porta-voz do grupo, Felipe de la Cruz, disse que as declarações das autoridades judiciárias sobre o episódio "são fabricadas".
"Repetem o mesmo desde o começo. Não acreditamos nas declarações dos detidos [em meio as investigações]", apontou. "Existem muitas inconsistências", além de "evidências que eles tentam esconder a força", concluiu.
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O procurador-geral do México, Jesús Murillo, disse que, para o governo, a morte dos 43 estudantes desaparecidos em setembro é uma certeza. De acordo com ele, essa conclusão não é baseada somente em testemunhos, mas em "análises científicas e provas da perícia", entre outras evidências concretas.
A versão oficial aponta que os estudantes foram mortos e seus corpos queimados e jogados no rio San Juan, nas proximidades da cidade de Iguala.
Governo
O presidente Enrique Peña Nieto disse, logo após as declarações de Murillo, que a dor e a tragédia pelas mortes "não pode nos aprisionar", pedindo que os mexicanos "continuem caminhando para assegurar que o México tenha um futuro melhor".
O caso comoveu a população do país, que acredita que as autoridades não se empenharam o suficiente para resolver a situação, e desencadeou a pior crise política da gestão do mandatário, que está há cerca de dois anos no poder.
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