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Pivô da queda de Patriota, político boliviano será recebido hoje no Senado

Roger Molina fugiu da Bolívia na sexta-feira (23) em um carro diplomático do Brasil

Internacional|Do R7, com agências

Molina apareceu ontem em frente à casa de seu advogado, em Brasília
Molina apareceu ontem em frente à casa de seu advogado, em Brasília Molina apareceu ontem em frente à casa de seu advogado, em Brasília

O senador boliviano Roger Pinto Molina, cuja fuga de seu país em um carro da embaixada brasileira levou à queda do chanceler Antonio Patriota, será recebido nesta terça-feira (27) pelo Senado em Brasília.

Molina foi convidado pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), e deve participar de uma entrevista coletiva.

O senador boliviano estava asilado desde junho de 2012 na representação diplomática sob alegação de ser um perseguido político. O parlamentar é um dos principais opositores do governo do presidente Evo Morales, mas pesam sobre ele ao menos 20 processos judiciais. Segundo o governo boliviano, Molina solicitou o asilo para não responder na Justiça a crimes de danos econômicos ao Estado calculados em pelo menos US$ 1,7 milhão.

Para deixar a Bolívia, Molina precisava de um salvo-conduto do governo Morales, o que era considerado uma exigência do Planalto para trazer o parlamentar ao Brasil. Mas o pedido foi negado.

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A situação de Molina se arrastou sem solução até a última sexta-feira (23), quando o parlamentar deixou a embaixada em um carro diplomático brasileiro e seguiu até Corumbá (MS). O percurso de mais de 20 horas foi feito por dois carros da embaixada brasileira com escolta de fuzileiros navais.

De Corumbá, Molina seguiu para Brasília em um avião cedido por Ferraço.

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A fuga de Molina foi arquitetada pelo ministro Eduardo Saboia, que é encarregado de negócios da embaixada em La Paz e chefe temporário da representação diplomática.

Saboia disse que tomou sozinho a decisão de retirar Molina da embaixada em La Paz por razões humanitárias, já que o parlamentar boliviano estava com sintomas de depressão e falava até em cometer suicídio.

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A fuga do senador dominou as discussões no Senado nesta segunda-feira (26). Vários senadores se manifestaram, elogiando o diplomata brasileiro Eduardo Saboia, que arquitetou a fuga de Molina por “razões humanitárias”.

Crise no Itamaraty

O caso abriu uma crise política no Itamaraty. Oficialmente, o ministério disse que só soube da saída de Molina no sábado.

Na tarde de segunda, o ex-chanceler Antonio Patriota apresentou à presidente Dilma Rousseff sua demissão do cargo.

O Itamaraty anunciou em seguida que abriu uma sindicância para investigar a ação de Saboia.

O governo boliviano exigiu "explicações" ao Brasil pela "fuga" do senador, a quem qualificou de "foragido".

Em La Paz, o chanceler boliviano, David Choquehuanca, entregou ontem nota diplomática na Embaixada do Brasil, na qual expressou a "profunda preocupação do governo pela transgressão do princípio de reciprocidade e cortesia internacional".

Choquehuanca assegurou que "não pode ser que, no amparo da imunidade diplomática, se transgridam normas nacionais e internacionais, facilitando neste caso a fuga, a saída irregular do país do senador Roger Pinto".

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