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Diplomata brasileiro revela que decidiu sozinho trazer senador boliviano para o País

Em programa de TV, Eduardo Saboia denunciou violação "crônica" de direitos humanos

Internacional|Do R7, com agências

O diplomata brasileiro Eduardo Saboia, encarregado de Negócios do Brasil em La Paz, disse em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, no domingo (25), que tomou sozinho a decisão de trazer o senador boliviano Roger Pinto Molina ao País.

— Eu tomei a decisão de conduzir essa operação porque havia um risco iminente à vida e à dignidade de uma pessoa, o senador Roger Pinto, que passou 452 dias num cubículo ao lado da minha sala de trabalho.

Saboia viajou quase 22 horas ao lado do senador, considerado foragido da Justiça boliviana, em um carro da embaixada, escoltado por militares brasileiros, entre La Paz e Corumbá, em Mato Grosso do Sul. De lá, eles seguiram em um avião fretado para Brasília, onde chegaram na madrugada de domingo.

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Na entrevista, o diplomata afirmou que Roger Pinto estava com depressão e falava em cometer suicídio.


— Havia uma violação constante, crônica, de direitos humanos, porque não havia perspectiva de saída, não havia uma verdadeira negociação em curso. E ele [Roger Pinto], obviamente, tinha um problema de depressão, que estava se agravando. [...] Tivemos que chamar um médico, ele começou a falar de suicídio, e dizia constantemente que queria que nós o tirássemos de lá. [...] Eu me sentia como se tivesse o DOI-CODI [órgão de repressão da ditadura militar] ao lado de minha sala de trabalho.

Saboia também disse que pediu ao Itamaraty para sair de La Paz, pois não queria "compactuar com essa situação que atenta à dignidade da pessoa humana, e também à honra" de seu País.


— Eu não preciso de instruções específicas para situações de urgência, e é isso o que aconteceu.

O diplomata afirmou ainda que o Itamaraty havia pedido que ele não falasse com a imprensa ao chegar ao Brasil, mas, como o ministério divulgou uma nota mencionando seu nome, ele decidiu se manifestar.

Na nota, divulgada no domingo à tarde, o Itamaraty afirma que Saboia "está sendo chamado a Brasília para esclarecimentos" e que "abrirá inquérito e tomará as medidas administrativas e disciplinares cabíveis".

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