A polícia de Londres anunciou, nesta quarta-feira (16), que abriu uma investigação sobre doações à fundação do príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, que teriam sido feitas em troca da concessão de títulos honorários.
"Esta decisão é consequência da análise de uma carta de setembro de 2021. Está relacionada a matérias da imprensa sobre supostas ofertas de ajuda para garantir honras e cidadania [britânica] a um cidadão saudita", explicou a Scotland Yard em um comunicado, acrescentando que ninguém foi detido.
Os investigadores entraram em contato com "pessoas suspeitas de terem informações relevantes", assim como com a Fundação do Príncipe, que "forneceu uma série de documentos".
Esse escândalo veio à tona no ano passado e afetou a imagem do herdeiro do trono.
Suspeita-se que seu agora ex-ajudante de ordens Michael Fawcett tenha usado sua influência para ajudar o empresário saudita Mahfouz Marei Mubarak bin Mahfouz, um generoso doador de instituições beneficentes ligadas à monarquia britânica, a ser agraciado com uma condecoração.
De acordo com o jornal Sunday Times, Mahfouz, de 51 anos, foi nomeado comandante do império britânico pelo príncipe Charles em uma cerimônia privada no Palácio de Buckingham, em novembro de 2016. O evento não foi incluído na lista oficial de compromissos reais.
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Receber essa distinção serviu para apoiar o pedido de cidadania britânica feito pelo saudita, relatou o jornal.
Mahfouz nega qualquer irregularidade nesse processo. Ele teria contribuído com grandes quantias para projetos de restauração. Fawcett pediu demissão em novembro de 2021.
A imprensa revelou ainda que a fundação do príncipe Charles aceitou centenas de milhares de euros de um doador russo, o que levou o órgão independente que regula as instituições de caridade na Escócia a fazer uma investigação.
O presidente da fundação, Douglas Connell, renunciou ao cargo, mas negou qualquer irregularidade.