Um tribunal japonês decidiu nesta terça-feira (14) proibir a reativação de uma usina nuclear, a segunda vez que um veredito deste tipo é emitido no país desde o acidente em Fukushima em 2011.
O tribunal do distrito de Fukui, no oeste do Japão, publicou hoje uma decisão que impede a Kansai Eletric Power de reiniciar os reatores 3 e 4 de sua usina em Takahama, apesar de a companhia ter implantando os novos padrões de segurança impostos pela Autoridade de Regulação Nuclear (NRA).
A Justiça deu razão a nove cidadãos das cidades de Fukui, Kyoto e Osaka, todas próximas à usina, que processaram a companhia em dezembro de 2014, por considerarem que empresa ignora o perigo real de um terremoto na região provocar um grave acidente.
Fukushima espera descontaminar maior parte de água radioativa até maio
Homem arrisca a vida no Japão para cuidar de animais contaminados por radioatividade
A ordem judicial, com efeito imediato, dificulta o objetivo da Kansai Eletric, que anunciou sua intenção de recorrer, de reativar os reatores de Takahama ainda neste ano.
Depois de a NRA considerar em fevereiro que os dois reatores estão de acordo com a nova legislação de segurança, a companhia tinha a previsão de retomar as operações comerciais em novembro.
A decisão de hoje foi tomada pelo juiz Hideaki Higuchi, que em maio de 2014 já tinha proibido a reativação da usina de Oi, também operada pela Kansai Eletric.
As duas unidades estão no distrito de Fukui, que segue abrigando o maior número de reatores em condições de operação no país - oito -, além de outros três que serão desmantelados após 40 anos de funcionamento.
Todos os 43 reatores nucleares do Japão estão desativados por causa do acidente de Fukushima. No entanto, a previsão é que duas usinas que receberam o sinal verde da NRA comecem a gerar eletricidade de novo no segundo semestre, apesar da forte oposição da opinião pública japonesa.