Com a confissão de quatro suspeitos, a Polícia Civil desvendou a morte do casal que foi agredido com 120 facadas dentro de casa em Araxá, no Alto Paranaíba.
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Higor Humberto Fonseca de Sousa, de 26 anos, e Rafaela D'Eluz Giordani, de 21 tiveram a casa invadida no último sábado (23). Sobre os corpos, os criminosos espalharam fubá e açúcar, e jogaram café em vários cômodos, o que intrigou os investigadores. O delegado Sandro Negrão, no entanto, confirma que as misturas não tiveram relação com a brutalidade: serviram apenas para tentar ocultar impressões digitais.
— Usaram para dificultar a colheita de digitais, é a versão que apresentam.
O advogado do suspeito Igor Rafael de Paula Silva, 18 anos, Daniel Coutinho, confirma a história.
— Eles reviraram a cozinha e jogaram os produtos que encontraram pela frente, foi aleatório. A intenção era tentar disfarçar as impressões digitais, por isso o uso do café, que costuma dar resultado para isso.
Negrão acredita que a motivação para o latrocínio tenha sido a caminhonete da vítima, que foi levada e recuperada somente nesta quarta-feira (27). Os presos, por sua vez, dizem que só queriam entrar na casa vazia para procurar joias e dinheiro.
Assim como Igor, o preso Vinícius Henrique Machado da Mata, 20, já trabalhou como mecânico na loja do empresário. Os dois negam participação nas mortes. Vinícius afirma que só apontou a casa como local onde havia dinheiro guardado, e Igor diz que participou apenas do transporte dos adolescentes e do mentor do crime, Yuri Santiago Borges, até a porta.
Borges, que seria o mentor do crime e executor do casal, foi reconhecido pela vítima durante o assalto, já que passava pela loja quando Igor trabalhava por lá.
Contradição
Segundo o advogado de Igor, a vítima conseguiu desarmar os suspeitos e jogar o revólver calibre 38 no chão, quando o tambor saiu do corpo da arma. Isso teria levado o trio a lutar com ele e, em seguida, um dos criminosos conseguiu encontrar uma faca e começar a golpear o empresário.
Os investigadores, no entanto, apontam que Higor teria tomado a arma e tentado atirar, mas o revólver falhou. Diante disso, os criminosos, que estavam sob efeito de drogas, se revoltaram, amarraram as vítimas e iniciaram a sessão de tortura, quando Rafaela foi 12 vezes no pescoço e Higor sofreu 110 facadas na barriga.
Os policiais receberam denúncia apontando que Vinícius teria ido até a loja de Higor e discutido com o ex-patrão uma semana antes da morte. O suspeito, no entanto, negou a informação.